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Para acomodar siglas do Centrão, o governo já confirmou que os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) comandarão ministérios. As pastas que serão entregues aos parlamentares, porém, seguem indefinidas. Em meio à expectativa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem dito a auxiliares que pretende sacramentar as mudanças nesta semana, antes de embarcar para a Cúpula dos Brics, na África do Sul, no domingo.
Apesar das dúvidas, alguns postos são mais cobiçados pelos neogovernistas, enquanto aqueles que já ocupam cargos tentam fazer movimentações que aumentem as chances de permanência. Veja, abaixo, um resumo de pontos positivos ou negativos relativos a cada nome que podem ser decisivos para a nova composição da Esplanada.
Os principais alvos
Carlos Fávaro – Ministro da Agricultura (PSD)
Movimenta-se para estreitar laços da bancada ruralista com o governo
- Pesa a favor
- Já recebeu elogios públicos de Lula mais de uma vez
- Lula não quer mexer em pastas de aliados do PSD
- Tem boa articulação com a bancada do agronegócio
- Pesa contra
- Recentemente enviou grande volume de emendas apenas para o seu estado, o Mato Grosso, causando irritação de caciques no Congresso
Alexandre Silveira – Ministro de Minas e Energia (PSD)
Fez acenos ao Planalto convidando a primeira-dama, Janja, para ser madrinha do programa Luz Para Todos
- Pesa a favor
- É bem avaliado por seus pares no governo
- É um nome da cota do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
- É do PSD, partido da base com o qual Lula não quer mexer
- Pesa contra
- Congressistas se queixam de falta de interlocução
- Tem foco em Minas Gerais, por onde pode concorrer a governador
Wellington Dias – Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social (PT)
Tem liberado emendas com mais frequência, assim como exposto em entrevistas as realizações de sua pasta
- Pesa a favor
- Lula resiste a tirar do PT um ministério tão importante para o partido, responsável pelo Bolsa Família, carro-chefe da legenda
- Pesa contra
- Planalto tinha expectativa de que o Bolsa Família gerasse mais pautas positivas para o governo
Nísia Trindade – Ministra da Saúde (sem partido)
É um quadro de perfil técnico, mas fez movimentos políticos em encontros com o presidente da Câmara, Arthur Lira
- Pesa a favor
- É uma escolha da cota pessoal de Lula
- É mulher, e o governo não quer reduzir a representatividade de gênero na Esplanada
- Pesa contra
- Chefia pasta pela qual é grande o apetite do Centrão por sua capilaridade política e grande potencial orçamentário
Rita Serrano – Presidente da Caixa Econômica Federal
Ampliou agenda com ministros, acelerou entregas e priorizou a comunicação do banco
- Pesa a favor
- Manteve o banco longe de polêmicas até aqui
- Engrossa o time feminino no primeiro escalão, aumentando a representatividade de mulheres no governo
- Pesa contra
- O Planalto vê a presidência do banco um posto mais fácil de ser trocado do que um ministério
