As declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, seguem como alvo de críticas em diferentes setores da política brasileira. Nesta quinta-feira (13), o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) reforçou o repúdio emitido pela Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), presidida por Luiza Batista, e pelo Sindicato dos Trabalhadores Domésticos da Bahia (Sindoméstico), comandado por Creuza Oliveira.
“Não só as domésticas, mas esse governo tem faltado com o respeito com servidores em geral, recentemente os funcionários públicos foram atacados e chamados de ‘parasitas’. Agora Guedes diz que o dólar alto impossibilita que os pobres viagem para o exterior, algo que o governo do PT conseguiu promover em seus quase 16 anos de governo. Ele mostra o que o governo quer, manter o povo na pobreza”, aponta Assunção.
A presidente do Sindoméstico, Creuza Oliveira, que também é secretária-geral da Fenatrad, avalia a fala de Guedes como “infeliz e desrespeitosa com uma categoria importante para o país”, que são as trabalhadoras domésticas. “É uma categoria histórica e que a gente no Brasil são cerca de 80 anos de organização sindical e a gente merece respeito. Com certeza ele tem uma trabalhadora doméstica na casa dele fazendo o trabalho, garantindo que ele e a família possa sair para o lazer, trabalhar e voltar para casa e encontrar o serviço doméstico feito na sua casa”. Ela ainda aponta que o governo Bolsonaro vem promovendo o desmonte a máquina pública. “A equipe desse governo fascista tem falado absurdo de mulheres, negros, jovens, indígenas e trabalhadores sem-terra. Precisa ter respeito à classe trabalhadora, de todos que contribui para a economia mundial e brasileira”.
Creuza Oliveira também explicou o que representa para Guedes a declaração que ele fez. “Sabemos que isso que ele falou que as domésticas estão fazendo festa indo para a Disney, a gente sabe que não é verdade. Elas vão com os patrões para cuidar dos filhos deles. Não está indo a lazer. Até porque, a falta de emprego está fazendo que as trabalhadoras domésticas percam o campo de trabalho. Elas têm sido desempregadas e trabalham como diaristas. A gente sabe que não é fácil ter recursos até para manter uma cesta básica necessária para a sobrevivência”. Oliveira ainda aponta que “muitas delas não têm recurso nem sequer para levar seus filhos para um lazer uma praia, parque da cidade, pagar um coletivo dos seus filhos, imagine viajar para Miami ou para Disney. E se elas tivessem dinheiro para ir à Disney era um direito delas de gastar o dinheiro como bem entenderem”.