domingo 22 de dezembro de 2024
Tela capturada de um vídeo mostra a libertação de reféns israelenses em meio à pausa humanitária de quatro dias na Cidade de Gaza em 26 de novembro. Israel libertou prisioneiros palestinos em troca
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segunda-feira 27 de novembro de 2023 às 07:05h

Trégua Israel-Hamas: terceiro grupo de reféns israelenses é liberado

MUNDO, NOTÍCIAS


A trégua entre Israel e o Hamas chega ao seu quarto e último dia nesta segunda-feira (27/11) e mais uma leva de reféns do Hamas e prisioneiros palestinos devem ser liberados.

Enquanto isso, há expectativa de que mais ajuda humanitária entre em Gaza, à medida que uma crise humanitária continua, e muitos esperam uma prorrogação da trégua.

O acordo, que foi mediado pelo Catar, prevê que 50 israelenses — apenas mulheres e crianças — sejam libertados ao longo dos quatro dias de trégua. Do outro lado, Israel deve liberar 150 cidadãos palestinos (também mulheres e menores de idade) que estavam presos.

Na última sexta-feira (24/11), o primeiro dia da trégua, o Hamas liberou os primeiros 24 reféns. Em troca, 39 palestinos foram liberados.

No sábado à noite, ocorreu a liberação de um grupo de mais 13 reféns israelenses. Israel então liberou mais 39 palestinos.

No domingo, o governo de Israel diz que 14 reféns israelenses e 3 estrangeiros foram libertados pelo Hamas, que confirmou a soltura.

Em troca, o serviço penitenciário de Israel confirmou a libertação de mais 39 prisioneiros palestinos.

Durante os três primeiros dias de trégua, outros 17 cidadãos tailandeses foram soltos pelo Hamas como parte de um acordo separado entre o Hamas e o governo egípcio, além de um filipino e um russo.

Quem são os reféns israelenses que foram libertados

O governo de Israel divulgou o nome de de seus cidadãos que foram libertados – todos são mulheres, várias delas idosas, e crianças.

Na sexta-feira, foram libertados:

  • Adina Moshe, de 72 anos;
  • Família Asher: Aviv (2), Raz (4) e Doron Katz (34);
  • Channah Peri (79);
  • Família Aloni: Daniele (45) e Emilia (6);
  • Hanna Katzir (76);
  • Família Munder: Ruth (78); Keren(54); Ohad (9)
  • Margalit Mozes (77);
  • Yafa Adar (85).

No sábado, foram libertados:

  • A família Haran/Shoham: Shoshan Haran (67 anos), Adi (38), Nave (8), Yahal (3)
  • Família Or: Noam (16) e Alma (13)
  • Família Weiss: Shiri (53) e Noga (18)
  • Família Avigdori: Sharon (52) e Noam (12)
  • Outros: Hila Rotem Shoshani (12), Emily Hand (9), Maya Regev (21)

No domingo, foram libertados:

  • Avigail Idan (4), Elma Avraham (84), Adrienne Aviva Seigel (62), Roni Krivoi (25)
  • Família Brodutch: Hagar (40), Ofri (10), Yuval (8), Oria (4)
  • Família Almog-Goldstein: Chen (48), Agam (17), Gal (11), Tal (8)
  • Família Elyakim: Daphna (15), Ella (8)
Emily Hand, criança loira

CRÉDITO,ARQUIVO FAMILIAR

Legenda da foto, 

Emily Hand foi uma das reféns soltas no sábado

Do lado palestino, houve muita comoção entre familiares ao reencontrarem entes queridos que estavam detidos.

No sábado, a BBC Árabe entrevistou Marah Bakeer, que estava presa, quando ela retornou à casa de sua mãe em Jerusalém. Bakeer foi presa em 2015, aos 16 anos, e condenada a oito anos e meio de prisão por um ataque com faca a um policial na fronteira.

Bakeer disse a jornalistas que aguardavam: “Este acordo ocorre após a morte de muitas pessoas, o que nos deixa infelizes e desconfortáveis.”

Ela afirmou ter sido mantida em confinamento solitário e não tinha “ideia do que estava acontecendo lá fora, nenhuma ideia sobre a situação em Gaza”.

“As notícias do acordo foram uma surpresa”, disse ela.

Marah Bakeer

‘Trégua frágil’

A libertação dos reféns na noite de sábado foi atrasada em algumas horas — o que gerou ansiedade nos israelenses que esperavam seus familiares e amigos voltarem para casa.

“O atraso na libertação dos reféns no sábado mostrou o quão delicada é a trégua entre Israel e o Hamas. Por horas, havia receios de que o acordo pudesse ruir”, escreve Hugo Bachega, correspondente da BBC no Oriente Médio reportando de Tel Aviv.

O Hamas acusou Israel de violar os termos do acordo, alegando problemas na entrega de ajuda ao norte da Faixa de Gaza e nos critérios de seleção para os prisioneiros palestinos trocados pelos reféns.

Na ocasião, o porta-voz do Hamas, Osama Hamdan, afirmou acreditar que os israelenses “não estão respondendo da maneira correta e positiva” desde o início da trégua temporária na sexta-feira.

Ele diz que o Hamas “pediu aos mediadores para fazerem os esforços necessários para cumprir tudo o que foi acordado… como permitir que os caminhões de ajuda alcancem a parte norte de Gaza”.

Mediadores do Egito e do Catar, países que ajudaram a intermediar o acordo, ajudaram a resolver o impasse.

Ajuda humanitária em Gaza e violência na Cisjordânia

No domingo, 61 caminhões de ajuda também alcançaram o norte de Gaza, o maior número desde 7 de outubro. Eles incluíam alimentos, água e suprimentos médicos.

As pessoas têm esperado em filas para receber suprimentos de ajuda humanitária.

A ONU também confirmou que 129.000 litros de combustível entraram em Gaza no domingo (26/11).

Palestinos fazem fila em frente a um posto de gasolina para abastecer seus cilindros de cozinha após a chegada de 150 caminhões com suprimentos de ajuda à Faixa de Gaza pela primeira vez em 49 dias, como parte do início da pausa humanitária de 4 dias para troca de prisioneiros entre o exército israelense e o grupo palestino Hamas em Khan Yunis, Gaza.

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto, 

Palestinos fazem fila em frente a um posto de gasolina para abastecer seus cilindros de cozinha após a chegada de 150 caminhões com suprimentos de ajuda à Faixa de Gaza pela primeira vez em 49 dias, como parte do início da pausa humanitária de 4 dias para troca de prisioneiros entre o exército israelense e o grupo palestino Hamas em Khan Yunis, Gaza

Enquanto isso, cresce a tensão na Cisjordânia, que tem vivenciado um aumento da violência desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.

Uma incursão israelense na cidade ocupada de Jenin, na Cisjordânia, durante noite de sábado para domingo. deixou cinco pessoas mortas.

Na manhã de domingo, pessoas marchavam nas ruas, algumas delas armadas, para os funerais de três homens que estão entre os mortos.

O exército israelense afirmou que estava realizando uma incursão para deter um palestino suspeito de envolvimento em uma emboscada que matou dois israelenses em agosto.

O Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, afirma que mais de 230 palestinos, entre civis e combatentes, foram mortos por soldados e colonos israelenses.

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