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domingo 27 de outubro de 2019 às 14:56h

“Tratar da eleição de 2022 agora é suicídio”, diz Rodrigo Maia

DESTAQUE, POLÍTICA


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse neste domingo (27) que tratar da eleição de 2022 por agora “é um suicídio coletivo” e cobrou “mais responsabilidade” dos pré-candidatos à sucessão de Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao Estado de S.Paulo, Maia negou que o racha no PSL, partido do presidente, vá atrapalhar as votações em andamento no Congresso Nacional.

“Ninguém vai votar contra o eleitor. Suicídio na política eu nunca vi”, declarou.

Eis os principais pontos da entrevista ao Estadão:

Reforma administrativa

“O resultado da Previdência marca um novo tempo na política. Então, quando a gente fala na reforma administrativa como segundo item [da pauta], já vem na cabeça de muitos: ‘Vai cortar salário’. E não é isso. O eleitor que vai votar em 2020, 2022 está contra esse Estado, que cobra muito, serve pouco e ainda tira dele. Não podemos esquecer que o salário do servidor público federal, na média, é o dobro do setor privado”.

Reforma tributária

“Não é possível que a gente, vendo o que está acontecendo no Chile, ache que a reforma tributária não seja urgente. Não é economizando R$ 800 bilhões em 10 anos que vamos ativar a economia. A reforma tributária estimula o investimento e é a mais importante para garantir o crescimento sustentável”.

Óleo nas praias do Nordeste

“Temos de cobrar do governo a estrutura necessária para que tragédias como essa sejam evitadas. E pensar no que pode ser feito no curto prazo pelo Parlamento para reduzir o dano de famílias que vivem do turismo”.

Nova política

“Essa preocupação em construir um governo de coalizão eu tive até abril, quando vi que o presidente não tinha interesse. Estou convencido de que, para o Parlamento, tem sido muito melhor assim do que com um governo de coalizão. Governo de coalizão reduzia a nossa importância. Hoje, a nossa preocupação em não entrar em pautas-bomba é muito maior do que foi no passado. Se estamos reduzindo despesas de um lado, fica estranho votar projetos que aumentem gastos de outro”.

Relação com Bolsonaro

“A gente está tendo um bom diálogo, transparente, aberto. O tema das armas, por exemplo, eu sou contra, mas vou pautar. Não sei qual a maioria que o governo tem para as armas, mas vou cumprir minha palavra”.

Eleição em 2022

“Converso com o Luciano Huck, com o João Doria e com todo mundo. Não está na hora de tratar de eleição. Nós estamos com a desigualdade social e a pobreza aumentando e preocupados com eleição? Espero que o motivo de uma eventual reeleição (de Bolsonaro) seja o de que o Brasil mudou, e não a polarização com o PT, ele contra Lula. É tão difícil você avaliar quem vai ter condição de ser candidato a presidente. Agora, se você me perguntar se eu pretendo ser candidato a governador do Rio, eu respondo: ‘Não’. Gosto de ser deputado (risos)“.

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