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segunda-feira 26 de agosto de 2024 às 06:42h

Terremoto em Portugal atinge 5,3 na escala de Richter e provoca danos

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Ocorreu nas últimas 24 horas cerca de 800 abalos sismos com uma magnitude entre 5,0 e 5,9 todos os anos em todo o mundo

Portugal acordou nesta segunda-feira (26) com um sismo 5,3 na escala de Richter que teve o seu epicentro na costa de Sines, mas foi sentido um pouco por todo o país. Foi o quarto maior sismo em Portugal desde 1969 (inclusive), mas a Proteção Civil defende que este foi um abalo “dentro da normalidade”. Mas, afinal, o que é significa um sismo de dimensão 5,3 na escala de Richter?

Para responder a esta questão é necessário compreender o que é a escala de Richter, desenvolvida na década de 1930. Este método permite medir a intensidade e os efeitos de um sismo, numa escala logarítmica, e não linear, que vai de 0 a 10. Isto significa que um sismo de escala 5,0 nesta escala é dez vezes superior ao de um sismo de amplitude 4,0. Este método de medição faz com que um sismo de escala 8,0 tenha uma amplitude mil vezes superior a um de escala 5,0.

O sismo sentido um pouco por todo o país, com uma magnitude de 5,3 na escala de Richter, é considerado moderado e capaz de causar danos em estruturas mal concebidas e capaz de provocar apenas danos ligeiros em edifícios bem construídos. Acontecem cerca de 800 sismos com uma magnitude entre 5,0 e 5,9 todos os anos em todo o mundo.

“Este sismo não reúne critérios para ativação dos planos especiais existentes para este tipo de eventos. Só são ativados os planos em sismos a partir de sismos de 6,1 na escala de Richter. O sismo foi de 5,3, o que é uma situação completamente normal naquilo que é a capacidade de resposta operacional”, afirmou o comandante nacional da Proteção Civil, André Fernandes, numa conferência de imprensa esta segunda-feira.

Os danos começam a tornar-se mais comuns quando o sismo entra no intervalo de 6,0 a 6,9, que é considerado “forte”. Estima-se que aconteçam 120 ocorrências desta magnitude por ano, sendo capazes de causar danos em áreas habitadas até 160 quilómetros do epicentro. A partir de 7,0, o sismo é considerado “grande” e é capaz de provocar danos graves em vastas áreas de território. No entanto, estes incidentes são mais raros, ocorrendo cerca de 18 vezes por ano.

Sismo de magnitude 8,0 até 8,9, considerados “importantes”, são mais raros ainda, com o seu potencial de destruição a ser considerado bastante elevado, causando danos graves em edifícios a centenas de quilómetros do epicentro. Têm uma frequência média de um por ano. Mais raros são os sismos de 9,0 a 9,9, que tendem a acontecer apenas uma vez a cada 20 anos e têm potencial de destruir por completo áreas a milhares de quilómetros do epicentro.

Em 1980, a ilha Terceira, nos Açores, tremeu com um sismo de magnitude 7,2 que fez 73 mortos, fez mais de 400 feridos e deixou mais de 20 mil pessoas sem casa. Em 1998, os Açores voltaram a sentir um sismo de 5,9, que tirou a vida a oito pessoas.

É preciso recuar a fevereiro de 1969 para recordar um sismo de magnitude superior a 8,0 em Portugal. O incidente causou um grande pânico junto da população e causou 13 mortes e deixou um rasto de destruição.

Estima-se que o famoso sismo que atingiu Portugal a 1 de novembro de 1755 tenha atingido magnitudes entre 8,7 e 9 na escala de Richter.

“É importante que as pessoas relatem o que sentiram, o que se passou, que danos tiveram, mesmo que seja muito simples para que depois se possa fazer uma maquete, um estudo da situação, para que se tivermos um sismo da mesma amplitude sabermos o que poderá provocar”, garantiu o comandante Jorge Mendes.

O comentador da CNN Portugal explica que esta partilha permite às autoridades responsáveis trabalhar e agir em conformidade. Para tal, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem um setor dedicado à recolha de testemunhos.

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