O ex-presidente Michel Temer (MDB), que assumiu a presidência após Dilma Rousseff (PT) deixar o poder em 2016, confessou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo divulgada nesta quinta-feira (2) que votou em Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais em 2018 “por uma razão”: “Votei em quem não falou mal do meu governo”, disse, referindo-se às críticas de Fernando Haddad (PT).
Temer disse ainda que foi procurado por Bolsonaro após as eleições que, “modestamente”, teria lhe pedido conselhos.
“Quando ele me visitou logo após a eleição, me pediu modestamente para dar conselhos. Eu disse que não daria conselhos para quem foi eleito com quase 60 milhões de votos, mas disse que daria palpites. Disse que a relação com China é importantíssima. Não podemos ser unilateralistas. E verifiquei que, tempos depois, ele foi à China”, afirmou.
Colocando-se como “pacificador”, após incendiar a República em 2016, Temer disse ainda que “se Lula radicaliza de um lado, dá chance ao Bolsonaro ficar na posição inversa”. “Talvez eles tenham isso em mente”, afirmou.