O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta última segunda-feira (24) que a sociedade brasileira é conservadora e indicou que o seu partido deve se colocar como alternativa da centro-direita, uma vez que há “um vácuo, um espaço aberto” no cenário político.
Ele afirmou que apesar de “o outro campo” ter vencido a eleição presidencial, foi a direita que elegeu mais deputados, governadores e senadores. Segundo ele, a sociedade brasileira é “conservadora, é mais ao centro, mais à direita, preza pela livre iniciativa e pela economia de mercado”.
“Essa voz tem que ser ouvida. Existe uma janela para este partido, para o Republicanos, ocupar esse espaço e se mostrar como uma alternativa de centro-direita, uma alternativa conservadora, uma alternativa pró-mercado, que é isso que a nossa sociedade deseja e é isso que vai trazer a prosperidade para o nosso Brasil”, disse.
O governador participou de convenção nacional da sigla em Brasília. No evento, o presidente do partido, Marcos Pereira, foi reeleito para continuar no comando da legenda pelos próximos quatro anos.
A declaração de Tarcísio ocorreu num momento em que ele disse que o Governo de São Paulo vai apoiar a reforma tributária e trabalhará para que ela seja um “sucesso” —e que o Republicanos terá papel fundamental “nesse desenho de futuro”.
“Não temos medo da tributação no destino, nem poderíamos, porque nós temos o maior mercado consumidor do Brasil. Por mais que a gente perdesse alguma coisa no início, vamos ganhar lá na frente. O equilíbrio e o fim da guerra fiscal é importante para o Brasil.”
“Nós não podemos ter regras de ICMS diferentes em cada estado da federação. Ninguém aguenta isso”, continuou.
No mesmo evento, mais cedo, Marcos Pereira sinalizou que a legenda irá trabalhar para ter um candidato à Presidência em 2026.
“Além da aspiração de ampliar solidamente nossas bancadas de deputados estaduais e federais, senadores e eleger novos governadores, vamos trabalhar para que o Republicanos tenha, enfim, o seu próprio candidato a presidente”, disse.
Em seu discurso, o dirigente também afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria ouvir mais o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). “Acho que o presidente Lula deveria ouvir mais o seu vice, como ele ouvia o José Alencar e como, infelizmente, Bolsonaro não ouvia Hamilton Mourão.”
Pereira também fez ainda um aceno a Lira, referindo-se a ele como “meu amigo, meu irmão” ao afirmar não haver rusgas entre os dois, em referência à formação dos blocos na Câmara. “Não há bloco, não há divergências que possam nos separar.”
No fim de março, cinco partidos de centro e de direita criaram um bloco com 142 deputados, incluindo o Republicanos, que, até então, era integrante do trio que formava o centrão ao lado do PL de Bolsonaro e do PP —movimento que rachou o centrão e afetou o poder de Lira na Casa.
Como reação, Lira atraiu partidos da direita e da esquerda, incluindo legendas que são da base do governo Lula, e formou um bloco com 173 deputados, tornando-se a maior força da Casa.