A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) afirmou em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo que não será forçada e nem nunca foi pelo PSB a fazer campanha para o ex-presidente Lula nas eleições de 2022. A parlamentar comentou sobre a possibilidade de federação da sua sigla com o PT.
“É o que eu gostaria? Não. É o que eu acho bom para o PSB, partido grande, com história? Também não. Acho que é muito ruim para o PSB, mas vou seguir”, disse a congressista em entrevista ao Estadão. “Minha inclinação não é votar no PT no primeiro turno, mas não terei dúvidas em fazê-lo no segundo turno, como fiz em 2018”, afirmou Tabata.
A declaração da deputada ocorre num momento em que a cúpula do PSB pressiona o PT para que haja sinalização nítida sobre o cenário para as eleições de outubro.
Isso porque, em dezembro, o partido de Tabata oficializou o convite ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para que ele possa se filiar à legenda após a saída do PSDB. O chamado foi feito antes do jantar com advogados em que ele e o ex-presidente Lula estiveram presentes.
Em troca do apoio a Lula e com a possibilidade de indicar Alckmin para a vice, o PSB quer que o PT apoie os seus candidatos em ao menos quatro Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
Os dois partidos também cogitam a formação de uma federação partidária, que também esbarra nos impasses regionais.
“Nunca fui forçada a dizer que apoiaria um candidato específico. É claro que seria diferente se houvesse um candidato do partido. Seria o meu candidato. Não é o caso hoje, então estou bem tranquila”, diz Tabata sobre o pleito deste ano.
Tabata diz ver com “muito bons olhos” a filiação de Alckmin, ao PSB. “Acredito que ele contribui para que essa conversa seja a mais ampla possível”, diz.
Para a deputada, o mais importante neste momento é a formação de uma frente ampla para enfrentar o bolsonarismo.
“Se essa frente for com o PT, ótimo. É um dos principais partidos do país. Só não acredito que um partido único, com nome único, tenha capacidade de unir o Brasil da esquerda à direita. Governar vai ser muito mais difícil do que ser eleito”, afirmou.