Articuladora do processo de territorialização da nova política industrial brasileira, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste reuniu representantes da fabricante de vidros Vivix, do grupo Cornélio Brennand, e da Empresa Brasileira de Hemoderivados (Hemobrás), nesta última quinta-feira (22), para discutir a agenda de adensamento de cadeias produtivas que promovam o desenvolvimento regional. O encontro é um desdobramento das ações da Autarquia para identificar oportunidades de mercado no Nordeste que dialoguem com as propostas da Nova Indústria Brasil (NIB) e outras políticas setoriais.
A aproximação entre as empresas promovida pela Sudene buscou estabelecer os primeiros diálogos para analisar a aproximação dos empreendimentos para colaboração voltada ao desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde. A ideia é diminuir a dependência do Brasil na importação de insumos, a exemplo dos frascos de vidro utilizados pela empresa de hemoderivados, atualmente originários da Alemanha. “Estamos falando aqui de uma oportunidade de não só promover a indústria nacional, mas de fortalecer a cadeia produtiva do Sistema Único de Saúde, o SUS. E com potencial de fornecimento não apenas para a própria Hemobrás, mas também a outras unidades de saúde, como a Fiocruz, por exemplo”, explicou o superintendente Danilo Cabral. A avaliação do gestor foi ecoada pelo diretor de Administração e Finanças da Hemobrás, André Pinho.
Apesar de atuarem em mercados bem distintos, Vivix e Hemobrás têm em comum o fato de contarem com instrumentos da Sudene para fortalecimento do setor produtivo. A primeira conta com financiamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), além de incentivos fiscais e da participação no programa PE 4.0, de revitalização da indústria pernambucana. A estatal vinculada ao Ministério da Saúde, por sua vez, também conta com a redução da carga tributária do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) para a realização de novos investimentos, além de ser signatária de um acordo de cooperação técnica com a Autarquia federal.
“A criação desse ambiente de discussão, aproximação e de contribuição pela Sudene é fundamental”, avaliou o chairman do Grupo Cornelio Brennand, Flávio Goes. O empresário ratificou a importância destes instrumentos para a instalação e manutenção de indústrias no Nordeste. “88% da produção de vidro no Brasil está concentrada nas regiões Sudeste e Sul. Qualquer empresa tenderia a se instalar nestas regiões, que são o centro consumidor. A variável que muda a equação é o incentivo fiscal. Não é uma benesse. É um fator de desenvolvimento regional”, defendeu.
Empregando 421 profissionais e gerando outros 1.500 empregos indiretos, a Vivix, segundo a empresa, a única representante genuinamente nacional na fabricação de vidros planos, com capacidade instalada de 900 toneladas por dia. Para o presidente da empresa, Henrique Lisboa, contar com o apoio da Sudene fortalece o valor agregado das atividades da empresa. “A Sudene é parceira da Vivix em todo o processo de desenvolvimento e ampliação de portifólio. Temos incentivos e a nossa participação no programa de indústria 4.0. A nossa indústria é intensiva de tecnologia. Temos uma área específica de transformação digital na empresa que tem se nutrido dessa troca de experiências”, relatou.
Como integrante do grupo de trabalho de territorialização da nova política industrial brasileira, a Sudene atua para mapear as principais aglomerações industriais da região, os sistemas produtivos existentes e as capacidades locais. A ideia é dar mais assertividade e precisão ao monitoramento dos impactos da NIB. Neste sentido, Danilo Cabral destacou também a importância do restabelecimento do comitê de instituições financeiras vinculado ao Conselho Deliberativo da Autarquia.
As empresas sinalizaram positivamente para uma aproximação na tentativa de encontrar situações oportunas de colaboração.
A agenda também foi acompanhada pelos diretores Álvaro Ribeiro (Planejamento) e José Lindoso (Administração), além dos coordenadores Pabllo Brandão (Gestão Institucional), Wandemberg Rodrigues (Fundos de Desenvolvimento e Financiamento) e José Farias (Desenvolvimento Territorial).