Ao longo de 132 anos do Ministério Público, somente uma mulher chegou ao cargo máximo da instituição. Indicada pelo então presidente Michel Temer (MDB), em 2017, Raquel Dodge alcançou o posto de procuradora-geral da República.
Então subprocuradora-geral, Dodge foi a segunda mais votada da lista tríplice apresentada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), documento que tem orientado, desde 2003, a escolha dos presidentes da República para o cargo.
A discussão sobre a representatividade feminina no MP tem ganhado espaço em meio às articulações para a sucessão do comando da instituição. O mandato de Augusto Aras, atual chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR) e dos Ministério Públicos Federal e Eleitoral, termina em 26 de setembro.
Segundo a Constituição, a escolha do PGR é competência do presidente da República, que deve nomear um integrante da carreira de procurador da República com mais de 35 anos.
A indicação é considerada estratégica. No comando do Ministério Público, o procurador-geral da República tem a atribuição de se manifestar em ações no Supremo Tribunal Federal (STF) e de propor investigações e denúncias contra o presidente da República, deputados, senadores e governadores, entre outras autoridades.
Em toda a sua história, o Ministério Público contou com 43 procuradores-gerais. Dodge foi a única mulher a assumir a função como titular.