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terça-feira 4 de janeiro de 2022 às 10:21h

Startups brasileiras captaram quase R$ 55,6 bilhões em 2021, diz pesquisa inédita

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O valor total dos investimentos captados por startups brasileiras em 2021 é o maior desde 2016, chegando a quase US$ 9,8 bilhões (mais de R$ 55,6 bilhões) até novembro, aponta uma pesquisa que será divulgada hoje pela plataforma de inovação Distrito.

Segundo o levantamento, a soma dos aportes cresceu mais de 200% em relação ao ano passado — os dados consideram as transações realizadas até novembro deste ano. Em 2020, foram US$ 3,6 bilhões, enquanto em 2021 os investimentos chegaram a US$ 9,75 bilhões. Ao todo, foram 771 rodadas de investimentos, contra 611 no ano passado.

“Apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia, 2020 colocou o Brasil no mapa da tecnologia global e 2021 confirmou que essa é a transformação da década para o nosso país. Os dados mostram que viveremos nos próximos 10 anos a maior transferência de valor já vista do mercado tradicional para a nova economia”, diz Gustavo Araujo, CEO e cofundador do Distrito

Perfil dos investimentos

As fintechs concentraram o maior número e valor de aportes: foram 153 investimentos, que juntos somaram mais de US$ 3,5 bilhões. Na sequência estão: retailtechs, focadas em varejo e consumo (69 investimentos e total de US$ 1,03 bilhão); real state, voltadas ao mercado imobiliário (56 aportes, com valor de US$ 1,01 bilhão); edtechs, para educação (50, no total de US$ 553,6 milhões); e o setor de mobilidade (41 e volume conjunto de US$ 390 milhões).

O maior número de investimentos se concentro nas empresas em alto estágio de desenvolvimento. Os destinados para startups menores (aportes dos tipos anjo, pré-seed e seed) aconteceram em menor escala, sobretudo por serem de alto risco,.

Rodadas de Série A em diante, destinadas a empreendimentos mais consolidados, concentram a maior fatia. As rodadas série C são a maioria (somando mais de US$ 1,5 bilhão), seguidos pelas série B (valor acima de US$ 1,4 bilhão).

Há destaque, ainda, para um investimento em Série G. Em junho, o Nubank recebeu um aporte de US$ 1,15 bilhão – esse foi o maior valor do ano e também o recorde de captação por uma empresa privada de tecnologia na América Latina.

Mega rodadas

Valores acima US$ 100 milhões, chamados mega rodadas, também marcaram o ano, segundo a pesquisa. Ao todo, foram 25 em 2021. O do Nubank ocupa a primeira posição, seguido por: US$ 425 milhões captados pela Loft; US$ 400 milhões, pelo Ebanx; US$ 300 milhões, pelo QuintoAndar; e US$ 250 milhões, pela Facily.

“O mercado de startups vem amadurecendo há dez anos. Agora, os fundos entendem que as empresas estão prontas para receber mega rodadas. É esse tipo de aporte que gera os unicórnios brasileiros”, afirma Gustavo Araujo.

Fusões e aquisições

O estudo ainda indica que o número de fusões e aquisições foi o maior desde 2016. Neste ano, o número chegou a 278, quase uma por dia útil no ano. “As empresas entenderam que é impossível manter o ritmo e a velocidade que o mercado espera só criando propriedade intelectual dentro de casa. É preciso buscar fontes externas. Por isso, este foi o grande ano da inovação aberta”, comenta Araujo.

Segundo o levantamento, os maiores compradores de startups em 2021 foram: Magazine Luiza (12), Locaweb (8), Nuvini (6), Afya e Modalmais (5, cada uma). Entre as empresas compradas, as preferidas foram as fintechs.

“Há tendência por uma ‘fintechzação’, porque serviços financeiros são, normalmente, a primeira barreira que qualquer empresa rompe. Entendemos que haverá uma continuidade nessa tendência de compra de fintechs, não só por bancos e por agentes do setor financeiro, mas por vários outros setores”, aponta o CEO da Distrito.

O que esperar de 2022

Para 2022, a expectativa é que o cenário de inovação aberta continue em crescimento e que novas tecnologias conquistem ainda mais espaço. Entre as principais apostas estão as oportunidades que virão do 5G, as energias renováveos e os avanços do metaverso.

“Novos negócios que precisam de alta latência vão passar a ser comercialmente viáveis a partir do 5G. E o metaverso também deve se consolidar como uma grande tendência”, diz Araujo. “Com as nossas vidas cada vez mais digitais, vamos ver novos universos surgindo.”

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