Apesar de a missão ter sido um considerada bem-sucedida, minutos após a decolagem, propulsor explodiu, e a empresa de Elon Musk perdeu contato com a cápsula. Nave é a mais poderosa do mundo a chegar ao espaço.A SpaceX lançou com sucesso neste sábado (18) a Starship, considerada a maior e mais poderosa nave do mundo a chegar ao espaço, depois de um primeiro teste ter fracassado em abril com a explosão do módulo antes que o propulsor e a cápsula se desacoplassem.
A decolagem da Starship junto com seu enorme propulsor Super Heavy, com 33 motores Raptor, ocorreu em Boca Chica, no Texas, por volta das 7h (horário local, 10h de Brasília). É em uma nave como essa que, futuramente, viajarão os astronautas da nova missão da Nasa à lua e a Marte. Mas, nessa fase de testes, a nave não conta com tripulação.
Menos de três minutos após a decolagem, as partes se separaram com sucesso graças a um sistema de irrigação de água adotado após a falha em abril.
Apesar de o lançamento ter sido um sucesso, o propulsor usado pelo veículo espacial explodiu, e a SpaceX perdeu contato com a cápsula, que deveria fazer uma volta completa em torno da Terra antes de cair no Pacífico, perto do Havaí.
Mesmo assim a missão foi considera um sucesso, já que a SpaceX havia antecipado que o desafio deste sábado era a separação entre propulsor e cápsula e esclareceu que uma possível nova falha no lançamento contribuiria para reunir mais informações para fazer novos ajustes. A empresa admitiu que isso não era programado, mas afirmou que sabia da possibilidade de um incidente.
“Sabíamos que havia uma chance de o propulsor não resistir. Mas vamos pegar estes dados e descobrir como tornar o propulsor melhor”, disse a apresentadora da SpaceX durante a transmissão do lançamento.
O que aconteceu na primeira tentativa
Em abril de 2023, a primeira tentativa de lançar o enorme sistema de foguete de duas partes – que juntas medem 121 metros – falhou quando o foguete explodiu quatro minutos após o lançamento.
O proprietário da SpaceX, Elon Musk, disse que um incêndio interno danificou os motores e computadores da nave, fazendo com que ela se desviasse do curso. Por segurança, um comando de destruição automática foi ativado.
Desde então, ao longo de sete meses, várias melhorias foram feitas. Por exemplo: a plataforma de lançamento foi reforçada com uma enorme placa de aço refrigerada a água, uma das dezenas de medidas corretivas que a Administração Federal de Aviação dos EUA exigiu antes de conceder uma licença de lançamento para o segundo voo de teste – o que ocorreu apenas na última quarta-feira.
O imponente propulsor do primeiro estágio da Starship, impulsionado por 33 motores Raptor, produz 74,3 meganewtons de empuxo, tornando-o duas vezes mais poderoso do que o foguete Saturno 5 que enviou os astronautas das missões Apollo à lua há meio século.
Pressão para “vencer” a China
A cultura de engenharia da SpaceX é considerada muito mais tolerante ao risco do que a de outras empresas da indústria aeroespacial e baseia-se numa estratégia de testes de voo que leva as naves espaciais ao ponto de falha, antes de serem afinadas através da repetição frequente. Foi com esta fórmula que foram desenvolvidos o sistema de foguetes anterior, o Falcon 9.
No entanto, a empresa de Musk vem sendo cada vez mais pressionada a acertar logo, para que a Nasa não fique para trás na corrida espacial com a China, que também tem planos de chegar à lua e a Marte.