A reunião do presidente Jair Bolsonaro com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi – a ‘meca’ financeira dos Emirados Árabes – teve um quê de vendeta política.
Mohammed Bin Zayed Al Nahyan é conhecido do jurídico da Petrobras desde 2014. Os corredores da empresa ainda ecoam a trapalhada da cúpula à época da gestão Graça Foster – no Governo Dilma Rousseff – sobre informe de que um investidor minoritário tinha impetrado ação nos Estados Unidos com pedido de indenização por prejuízos.
Para a direção da petroleira, era só mais um insatisfeito com o forte derretimento das ações da Petrobras diante da Operação Lava Jato àquela ocasião, conforme relembra a coluna Esplanada.
Mas descobriu-se dias depois de acordo com a coluna, que se tratava do sheik Bin Zayed: Ele perdeu nada menos que US$ 1 bilhão (perto de R$ 5,61 bilhões em valores de hoje) em ações compradas na Bolsa de Nova York com a derrocada do valor de mercado da empresa brasileira diante da operação policial.
E foi na comarca de Nova York que o príncipe acionou a petroleira, contratando a advogada Teresa Farah, conhecida protetora dos investidores do Oriente. Ex-conselheira de um fundo multibilionário árabe, ela conseguiu um acordo na Justiça americana.
Naqueles dias, a Petrobras chegou a contratar um escritório americano de advocacia só para cuidar dos acordos dos minoritários da Petrobras que impetraram ação nos Estados Unidos, que se sentiram lesados pelo assalto político de bilhões na petroleira.
A promessa de Bin Zayed ao presidente Bolsonaro de que vai reforçar investimentos no Brasil é a dica de que tudo é passado. O príncipe já recebeu a indenização, com juros, em acordo sigiloso, contam fontes da empresa.