quinta-feira 21 de novembro de 2024
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Home / DESTAQUE / Sergio Moro ganha 1º round, mas enfrenta cenário desafiador no TSE
quarta-feira 10 de abril de 2024 às 07:32h

Sergio Moro ganha 1º round, mas enfrenta cenário desafiador no TSE

DESTAQUE, JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Alvo de duas ações que pedem a cassação do seu mandato, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) venceu o primeiro round na batalha pela manutenção do cargo, mas de acordo com a colunista Malu Gaspar, do O Globo, o senador vai enfrentar um cenário desafiador no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Caberá ao TSE decidir se mantém ou não a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que nesta última terça-feira (9) absolveu, por 5 a 2, o ex-juiz federal da Lava-Jato das acusações de abuso de poder econômico, caixa 2 e uso indevido dos meios de comunicação no pleito de 2022.

A expectativa de integrantes do TSE é a de que, considerando toda a tramitação do processo no TRE do Paraná, da publicação do acórdão à análise de recursos, o caso seja julgado pelo TSE só no segundo semestre deste ano.

Além disso, assim como o tribunal paranaense teve uma dança das cadeiras antes do julgamento de Moro, o TSE também vai passar por uma mudança na composição interna nos próximos meses, o que vai impactar diretamente a correlação de forças e, por tabela, pode repercutir no julgamento das ações.

Em 3 de junho, termina o mandato do ministro Alexandre de Moraes, que deixará a presidência do TSE. Em seu lugar, na vaga reservada aos ministros do Supremo na Corte Eleitoral, entra o conservador André Mendonça, que além de ser mais simpático ao legado de Moro na Lava-Jato, opera fora da órbita petista. diz a colunista.

Com essa troca, o TSE terá uma maioria de ministros conservadores. Essa ala reunirá quatro dos sete magistrados do tribunal – além de Mendonça, Kassio Nunes Marques, Raul Araújo e Isabel Gallotti, que tentou se cacifar para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) no governo bolsonarista.

A mudança inverte a correlação de forças no tribunal, em que hoje o grupo de Alexandre de Moraes é majoritário, com exatamente quatro votos – incluindo a vice-presidente Cármen Lúcia e os juristas aliados Floriano Azevedo e André Ramos Tavares.

Só que a mera formação de uma “maioria conservadora” no TSE não é necessariamente uma boa notícia para Moro, porque dois dos conservadores já votaram, em maio do ano passado, pela cassação do ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol, que havia sido eleito deputado federal pelo Podemos.

Naquele julgamento, se alinharam à corrente pela condenação de Dallagnol tanto Kassio Nunes Marques quanto Raul Araújo – este defensor de uma intervenção “minimalista” da Justiça Eleitoral, mas que proibiu artistas de manifestações políticas no Lollapalooza 2022. Araújo deixa o tribunal em setembro deste ano, abrindo vaga para o ministro Antonio Carlos Ferreira.

Os casos de Moro e Dallagnol são bem distintos, mas mexem igualmente com os ânimos da classe política e da comunidade jurídica em Brasília.

Dallagnol foi condenado por “fraude à lei”, sob o entendimento de que largou o cargo de procurador para driblar a Lei da Ficha Limpa e se livrar de punição na série de procedimentos preliminares no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que miravam sua conduta na Lava-Jato.

Já o PT e o PL acusam Moro de prática de caixa 2, abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social. Os dois partidos alegam que a exposição e os recursos de Moro na fracassada pré-campanha para a Presidência da República deram a ele uma vantagem indevida na campanha para o Senado Federal.

No julgamento do TRE do Paraná concluído nesta terça-feira, essa tese foi abraçada apenas por dois desembargadores: José Rodrigo Sade e Julio Jacob Junior. Ambos, aliás, indicados por Lula.

Os integrantes do TRE do Paraná frisaram que o julgamento não era da Lava-Jato nem do “caráter de Moro”, mas quanto mais tentavam dissociar uma coisa da outra, mais confirmavam a impressão de que não analisaram apenas o que constava nos autos.

Com a mudança no TSE, até adversários de Moro avaliam que o cenário fica um pouco mais favorável para ele. O histórico da Corte, porém, mostra que o ex-juiz da Lava-Jato não tem motivos para comemorar. Pelo menos não ainda.

Veja também

Bolsonaro pode ser preso após indiciamento? Entenda os próximos passos do processo

Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21) pelos crimes de abolição …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!