São tantos os interesses divergentes na reforma tributária, que senadores já admitem segundo, que o Senado deve votar só em 2024 o relatório de Eduardo Braga. O documento deve ser apresentado entre terça e quarta-feira da semana que vem.
Há, no entanto, uma profusão de emendas e de pedidos de audiência de setores empresariais, tanto no governo quanto diretamente nos gabinetes dos senadores, pedindo mais tempo para tentar evitar perdas com a reforma.
É uma situação complexa em que quase todos os setores têm bons argumentos para pleitear benefícios, mas não há espaço para todos na reforma. Alguém terá de pagar. Nesse ritmo, a partir da divulgação do texto de Braga, uma nova e longa fase de negociações deve ser iniciada, segundo senadores ouvidos pelo Radar.
“São muitas emendas e o tempo é muito curto”, diz Vanderlan Cardoso, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da Casa.
Para Cardoso, Braga tem capacidade de articulação e influência no Senado para fazer a reforma avançar. O problema está, no entanto, na infinidade de temas ainda não pacificados no texto. Muita briga ainda há de rolar no Senado.