O senador Esperidião Amin (PP-SC) pediu nesta quarta-feira (19) ao presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que seja solicitada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) a derrubada do sigilo do relatório reservado com informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre o período que antecedeu os atos golpistas de 8 de janeiro. O senador era presidente da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, que recebeu a documentação confidencial.
O pedido do senador ocorre após terem vindo a público imagens do circuito interno do Palácio do Planalto mostrando que o então ministro-chefe do GSI general Marco Edson Gonçalves Dias estava dentro do Palácio do Planalto no momento da invasão dos golpistas. O caso, revelado pela CNN Brasil, tornou insustentável a permanência do militar no governo. G. Dias, como é conhecido, é a primeira baixa do alto escalão do governo.
A VEJA, Amin defendeu a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar responsabilidades pelos atos de depredação das sedes dos Três Poderes, embora o Planalto sempre tenha trabalhado para barrar a possibilidade de a CPI sair do papel. “Desde o começo acreditei no presidente Lula. Ele disse: ‘alguém abriu a porta’. Estamos começando a descobrir quem foi. Ali fica claro que não houve uma invasão do Palácio do Planalto, houve uma visita”, disse o senador.
Com as novas revelações, a oposição vai amplificar as pressões pela abertura da CPI por considerar que órgãos do governo Lula ligados à segurança receberam alertas da Abin sobre o risco real de invasão dos prédios dos Três Poderes antes que a ação fosse consumada pelos manifestantes. Segundo parlamentares oposicionistas, o documento da Abin alertava, entre outras coisas, que “há perspectiva de adesão às manifestações contra o resultado da eleição convocadas para Brasília para os dia 7, 8 e 9 de janeiro de 2023” e que havia “a convocação por parte de organizações de caravanas para o deslocamento de manifestantes com acesso a armas e a intenção manifesta de invadir o Congresso Nacional”.