Na manhã desta terça-feira (20) após ser pressionado pelos pares e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) apresentou seu pedido de afastamento do mandato no Senado por 90 dias. Ele também abriu mão dos salários durante o período.
Na mensagem aos senadores, Chico Rodrigues diz que o dinheiro encontrado na casa dele e em sua cueca em meio a uma operação da Polícia Federal na semana passada são “manifestamente lícitos”.
Ele argumenta que toda a verba destinada ao combate à Covid-19 em seu estado permanece nos cofres públicos —a suspeita é que ele tenha desviado parte desses recursos. Chico Rodrigues também anexou documentos que dão suporte à versão que ele sustenta: a de que os valores, cerca de R$ 100 mil no total, eram destinados ao pagamento de funcionários de uma empresa registrada em nome do filho, que mora com ele.
O senador também dá explicações sobre o motivo que o teria levado a guardar valores em suas roupas íntimas.
“A verdade é que, num ato impulsivo, acordado pela Polícia de pijama, assustado com a presença de estranhos em meu quarto, tive a infelicidade de tomar a decisão mais irracional da minha vida”, diz ele na carta enviada aos senadores.
Chico Rodrigues também pede para não sofrer pré-julgamento dos colegas. E finaliza: “Por trás desse broche de senador há um ser humano. Rogo a Deus que ilumine os homens e me julguem de maneira sábia e imparcial”.