Reunida nesta última segunda-feira (30) com o conselho político do partido, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), admitiu como remotas as chances de aliança com PSB para a corrida presidencial.
A senadora apresentou à cúpula petista o esboço de um acordo traçado com dirigentes do PSB. Pelo acerto, o PSB não selaria aliança nacional com adversários do PT para as próximas eleições, deixando de apoiar Ciro Gomes (PDT) ou Geraldo Alckmin (PSDB).
O PSB também abriria mão da candidatura do ex-prefeito Márcio Lacerda para o governo de Minas Gerais, o que poderia beneficiar a campanha pela reeleição do governador Fernando Pimentel.
Em troca, o PT retiraria a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco, hoje um obstáculo à reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). Petistas insistem, porém, na celebração de uma aliança formal.
Embora dirigentes do PT e PSB admitam essa articulação, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, nega que a proposta esteja à mesa. Segundo ele, o PSB não tem vocação para satélite.
“Tratamos dos nossos interesses e os demais partidos, inclusive o PT, devem tratar dos seus respectivos interesses. Jamais adotaremos essa decisão, o pelo menos no quadro de hoje não é o caso, para atender a interesse de outro partido, mesmo esse partido sendo o PT”, afirmou o presidente do PSB.
Ao ouvir a proposta, petistas manifestaram contrariedade, lembrando que a neutralidade já é uma tendência do PSB para a disputa presidencial e duvidando da disposição de Lacerda atender a uma orientação de seu partido em Minas.
Os petistas frisaram ainda que a convenção do PSB acontece no dia 5 de agosto. O encontro do PT é na véspera. Sendo assim, não haveria garantia da desistência de Lacerda em Minas.
Na reunião, petistas insistiram para que o PT formalize convite para que Manuela D’Ávila ocupe a vice da chapa presidencial. Gleisi disse, porém, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria ser consultado antes dessa oferta.