Presidente do PCdoB na Bahia e atual titular da Secretaria de Trabalho, Renda e Lazer (Setre-BA), Davidson Magalhães falou nesta segunda-feira (11) durante entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A Tarde, sobre a busca por uma unidade política dentro da base que compõe o governo de Jerônimo Rodrigues (PT). As informações são de Alex Torres, do A Tarde.
De acordo com Davidson, existe a necessidade de definir um nome para as eleições municipais do ano que vem. Em Salvador, o PCdoB definiu Olívia Santana, mas outros partidos da base têm nomes para a disputa. A ideia, para o secretario, é buscar o maior número de municípios grandes possíveis.
“Já lançamos Olívia Santana como nossa pré-candidata (em Salvador). Mas o esforço que está sendo feito no debate é conseguirmos, através do governador, definir candidaturas únicas da base nos 70 maiores municípios, que é onde concentra a maior parte do eleitorado. Para Salvador, ainda estamos em discussão do nome para essa unidade. Na última eleição tivemos uma dispersão. Você não cria uma coisa muito importante na política, que é a expectativa de poder”, afirmou.
Em Salvador, além de Olívia Santana, outros dois nomes aparecem como possíveis candidatos para as eleições. No PT, o nome de Robinson Almeida aparece com mais forma. Em contrapartida, o atual vice-governador Geraldo Júnior (MDB) ainda pode aparecer e com o apoio de Jerônimo (PT).
Recentemente, chegou a haver a possibilidade, inclusive, de Geraldo e Olívia se unirem em uma candidatura, mas, para Davidson Magalhães, a conversa não passou de um ato de simpatia entre eles.
“Isso é da política, foi uma atitude simpática de ambos. Existe um clima bom dentro da federação, que está discutindo a participação nos grandes centros. O que não acho coerente é que nas eleições de Salvador não passemos a impressão de disputa real. Precisamos ter a unidade em cima de um nome que tenha força eleitoral. O pessoal quer comparar com Jerônimo, mas já éramos hegemônicos no estado da Bahia. Isso não acontece em Salvador”, completou.
ACM Neto
Davidson ainda fez projeções sobre alguns cenários políticos na Bahia. Segundo o secretário, caso a ideia de expandir a base da esquerda em grandes municípios da Bahia se concretize, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), poderia não concorrer ao próximo pleito estadual, em 2026.
“Precisamos definir essa unidade logo. O governador deu um prazo de um mês para resolvermos isso. Na última eleição, a gente começou a se movimentar em julho e isso não dá. Temos que nos movimentar antes e o governo tem muita coisa para fazer em Salvador. Se ganharmos metade dos principais centros, acredito que ACM Neto nem será candidato na próxima eleição, assim como não foi contra Rui”, afirmou Magalhães.
Questionado sobre quais seriam os rumos do maior candidato da oposição estadual neste cenário, o titular da Setre disse que ele poderia recorrer a uma candidatura legislativa mas cravou: se a esquerda vencer em boa parte dos grandes municípios baiano, ACM Neto não será candidato ao governo nas próximas eleições.
“Ele pode não disputar a ‘partida principal’, concorrer a deputado federal, algo assim. Ele não vai vir para uma disputa com o nosso ritmo de governo. Jerônimo vai chegar a 130 municípios visitados em oito meses e com entregas. Com a força do Governo Lula e ganhando em importantes cidades da Bahia, pode escrever aí: ele não será candidato em 2026”, completou.