A cidade de Salvador conseguiu subir três posições no Ranking de Competitividade de Municípios 2021, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e publicado pelo jornal A Tarde.
De acordo com levantamento, entre os 411 municípios avaliados, sendo todos com população acima de 80 mil habitantes, a capital baiana figura na 193° posição e em 9° no recorte da região Nordeste. Em 2020, a cidade estava na 196° colocação. A CLP é uma ONG suprapartidária que atua no país há pelo menos 12 anos.
Um dos “pilares”, como distingue o estudo, que mais contribuiu para o resultado de Salvador no ranking é o Funcionamento da Máquina Pública, que reúne atributos como o tempo médio para a abertura de empresas, o custo das funções executivas e legislativas, e também a transparência municipal. Neste quesito, a capital baiana saltou 105 posições e agora é 186ª no ranking.
Apesar do crescimento, a cidade baiana ainda aparece bem atrás de outras capitais em relação ao resto do Brasil, como Recife-PE, 55° no ranking geral nacional, Sobral-CE(83°), João Pessoa-PB (107°), Fortaleza-CE (126°) e Teresina-PI (132°).
Se alguns serviços melhoraram na capital baiana, outros índices que compõem o pilar econômico não desempenharam bem. No ranking de Inserção Econômica, que representa os dados relacionados à população vulnerável e ao aumento nos empregos formais, o município despencou 152 posições e foi parar na 320ª colocação.
Os outros que pontos melhoraram para os soteropolitanos no último ano, apesar da pandemia de Covid-19, foram Acesso à Saúde e o Capital Humano, avaliado a partir de métricas voltadas à capacitação de profissionais, formação técnica, superior e a qualificação dos trabalhadores em emprego formal.
Na vizinha Camaçari, na região metropolitana, o setor também foi responsável por fazer a cidade pular 46 posições na lista.
Com grande investimento na área de “Capital Humano”, Alagoinhas foi outra cidade a melhorar sua colocação em relação à última pesquisa.
“Na Bahia, como um todo, vale a gente destacar municípios com subidas interessantes. Camaçari subiu 46 posições e Alagoinhas 40 posições no ranking. No caso de Camaçari, temos um avanço relevante de 96 posições no pilar Capital Humano, como também avançou 103 nas questões de sustentabilidade fiscal. Este foi o principal impacto positivo”, explica o coordenador do estudo de Competitividade do CLP, Lucas Cepeda.
“Olhando para Alagoinhas vemos uma grande subida também no capital humano, assim como no Funcionamento da Máquina Pública, que subiu 75 posições”, acrescenta.
Um dos destaques negativos fica por conta da cidade de Porto Seguro, no sul do estado. Em um ano, a cidade governada pelo prefeito Jânio Natal caiu 25 posições no ranking geral. Mesmo com uma melhora nas áreas de Qualidade de Saúde e Segurança, elas ainda fazem parte dos principais “desafios” do município para os próximos anos, ao lado da Inovação e Dinamismo Econômico, Qualidade da Educação, Capital Humano e Sustentabilidade Fiscal.
Neste dois últimos pilares, Porto Seguro consegue ser pior somente que menos de 10 cidades em toda a lista, figurando na 401° (Capital Humano) e 402° (Sustentabilidade Fiscal).
Foram analisadas 24 cidades do Estado: Alagoinhas; Barreiras; Camaçari; Candeias; Dias d’Ávila; Eunápolis; Feira de Santana; Guanambi; Ilhéus; Itabuna; Jacobina; Jequié; Juazeiro; Lauro de Freitas; Luís Eduardo Magalhães; Paulo Afonso; Porto Seguro; Salvador; Santo Antônio de Jesus; Serrinha; Simões Filho; Teixeira de Freitas; Valença; e Vitória da Conquista.
Ranking
De acordo com Cepeda, o ranking elaborado pelo CLP com 65 indicadores temáticos incluídos em 13 pilares tem como maior função se tornar uma importante ferramente de acompanhamento da gestão pública pela população.
Ele explica que todos os dados utilizados são públicos e que o relatório final serve não somente aos municípios, como forma de checar avaliar o que está funcionando, como também para empresas privadas no momento de pesquisarem onde vão investir o seu capital.
“Um dos objetivos é que a população avalie a qualidade da gestão ali ao longo dos últimos anos. A atração de investimentos também, a empresa pode utilizar o ranking e as Prefeituras podem tentar atrair. É uma importante ferramenta de monitoramento para facilitar na implantação de políticas públicas”, descreve.
Atualmente o ranking é produzido pelo CLP em parceria com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), e com o suporte técnico da Gove e da Seall. O estudo conta com o apoio da B3, do Bank of America, da CCR, Houer, Humanize e com a Patri.