Servidores do Ministério do Trabalho chegaram à pasta na manhã desta segunda (16) e encontraram salas invadidas e diversos documentos oficiais espalhados pelo chão. As salas estariam no setor destinado ao seguro-desemprego.
A Polícia Federal já foi acionada pelo Ministério e todo o 1º andar do órgão já foi interditado. Ainda não se sabe o que foi levado durante a invasão.
O Ministério do Trabalho tem sido alvo de ações da Polícia Federal, que investiga fraude na concessão de registros sindicais junto à pasta. A primeira fase da Operação Registro Espúrio foi deflagra em maio deste ano. Os agentes cumpriram mandados nos gabinetes dos deputados Paulinho da Força (Solidariedade-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB), na Câmara dos Deputados; e as sedes nacionais do PTB e do Solidariedade e de centrais sindicais.
Já na segunda fase da operação, no início deste mês, o então ministro do Trabalho Helton Yomura foi alvo da Polícia Federal. Depois de ser afastado do cargo por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), Yomura pediu demissão do cargo. A PF sustenta que Yomura foi alçado ao cargo para perpetuar o suposto esquema criminoso liderado por seus padrinhos políticos, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e a filha dele, deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ).
O deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) também foi alvo da segunda fase da Registro Espúrio. Durante a busca e apreensão no gabite do deputado na Câmara, os agentes apreenderam uma mala com R$ 5 mil e documentos. No apartamento de um assessor de Marquezelli foram encontrados R$ 95 mil reais em espécie. O assessor Jonas Antunes Lima foi preso durante a operação.
De acordo com as investigações sobre o funcionamento do esquema de fraude nas concessões de registro sindical, a ordem de chegada dos pedidos para registro de entidade sindicais não era respeitada; a prioridade ia para pedidos intermediados por políticos. Além disso, o registro era obtido por meio de pagamento de vantagens indevidas.