A bancada ruralista está aproveitando a crise política entre Arthur Lira (PP-AL) e o governo Lula (PT) para avançar com propostas para combater o MST, afirma o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR).
O presidente da Câmara manifestou nos últimos dias a líderes de bancadas que passaria a pautar mais propostas da oposição. Os ruralistas buscam aproveitar o que chamam de “inabilidade” do governo federal e o descontentamento de Lira com o Palácio do Planalto para avançar com seu “pacote anti-invasão”.
Já estava nos planos de parlamentares ligados ao agro articular uma reação política ao “abril vermelho” do MST, mês em que os sem-terra intensificam invasões a propriedades rurais e instituições públicas da reforma agrária, como superintendências do Incra.
A crise política levada a público com a declaração de Lira chamando o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) de “desafeto pessoal” e “incompetente”, todavia, mostrou-se uma “oportunidade” aos olhos da Frente Parlamentar da Agropecuária.
Na sessão da Câmara na terça-feira, entrou na pauta uma série de requerimentos de urgência do “pacote anti-invasão” que não havia sido acordada na reunião de líderes.
Um desses requerimentos, que acelera a tramitação de um projeto que proíbe “ocupantes e invasores de propriedades rurais e urbanas” de receber benefícios sociais federais e de ser nomeados para cargos públicos, foi aprovado por 293 votos a 111.
Para Lupion, o placar mostra que a bancada ruralista tem votos suficientes para aprovar tantos requerimentos de urgência e projetos de lei de seu “pacote anti-invasão” quanto forem pautados por Lira.