“Não consigo ver o objetivo de uma matéria dessa. Me parece muito mais o de atingir um pré-candidato a um cargo majoritário, essa é a função”, declarou o petista.
Segundo publicado na Folha de SP, pelo menos quatro servidores ligados a Coronel comandam empresas ou entidades com contratos e convênios com prefeituras, governo e a própria AL-BA.
A publicação ressalta que a relação das entidades com governo e Legislativo contraria o Estatuto do Servidor da Bahia, que proíbe os servidores de “transacionar com o Estado”.
Conforme a Folha, o sistema Family Cred é o principal exemplo das interseções entre organizações sociais, funcionários da Assembleia e o Grupo Corel, conglomerado de empresas do deputado controlado pela Jet International Trading, offshore sediada no Panamá.
Empresa responsável por gerenciar cartões de tíquete combustível, a Family Cred Soluções firmou contratos com as prefeituras de Aporá, Malhada de Pedras, Itapebi, Mascote, Ipiaú e Dom Basílio até 2014.
É dono da empresa Alexandre Pereira e seu administrador, Eugênio Isaac Bonfim, ambos funcionários da presidência da Alba.
Alexandre também preside a entidade que gere a rádio Coração FM, na cidade de Coração de Maria, base eleitoral do presidente da Assembleia.
A reportagem destaca ainda o fato de que uma cunhada de Angelo Coronel comanda a OSB (Organização Social de Gestão da Bahia), que recebeu R$ 5 milhões do governo da Bahia de 2013 a 2018.
A entidade gerencia o Hospital Angelo Martins, em Coração de Maria, e obteve só recursos para compra de equipamentos e cirurgias.
Para Rui, no entanto, não há qualquer ilegalidade nas relações. “Em ano eleitoral, vai se fazer várias denúncias. Denúncia de que tem alguém ligado a ele diretor de rádio comunitária…Quantas rádios comunitárias no Brasil não têm algum amigo de político como dirigente? Aliás, eu vou perguntar ao contrário: quais são as rádios comunitárias que não têm nenhum diretor de associação sem relação de parentesco [com político]? Outra pergunta que eu quero fazer: vamos fechar todos os hospitais de OS ou filantrópicos que tenham na sua direção amigos ou parentes de políticos?”, questionou.
Por Matheus Morais e Rodrigo Aguiar