Para manter a aliança que tem com o PP e o PSD na Bahia, o governador Rui Costa (PT), um dos mais populares do país, com gestão aprovada por 66,5% dos baianos, segundo o Paraná Pesquisas, já avalia ficar no cargo até o fim do seu mandato, em dezembro de 2022, e deixar de lado uma candidatura ao Senado, para a qual é favorito e lhe traria foro privilegiado. Para disputar a próxima eleição, Rui teria que deixar o cargo até 2 de abril.
Segundo a revista Veja, este movimento garantiria espaço para o senador Otto Alencar (PSD), aliado do petismo na Bahia, tentar a reeleição — haverá apenas uma vaga em disputa em 2022. Outra consequência seria evitar a posse do vice João Leão, que é do PP, um dos partidos do Centrão, e a sua eventual entrada na disputa ao governo — quem vai disputar a eleição para o mesmo cargo que ocupa não precisa renunciar.
Há na Bahia um risco para o PT continuar no poder, que ocupa desde 2007, quando Jaques Wagner derrotou Paulo Souto (PFL) e enterrou o carlismo. Agora é o mesmo Wagner que tenta retornar ao Palácio da Ondina. Mas seu adversário, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) tem mais de 30 pontos de vantagem segundo o Paraná Pesquisas — quando tem seu nome associado ao do ex-presidente Lula, o petista empata.
Grupo de ACM Neto quer João Leão na chapa, mas o vice-governador não quer o Senado, quer ser governador. Leão seria um dos raros quadros na atualidade da política nacional cortejado pela situação e oposição, principalmente na Bahia.
Reportagem dessa semana na revista mostra os percalços para os partidos de esquerda e centro-esquerda manterem o controle dos estados da região Nordeste. Com sete dos nove governadores impedidos de tentar a reeleição em 2022, a oposição a Jair Bolsonaro vê sinal de alerta em reduto marcado pela resistência ao presidente.