Dirigentes partidários descartam a possibilidade de qualquer projeto que pretenda destinar parte do fundo eleitoral para o socorro financeiro do Rio Grande do Sul prosperar no Congresso Nacional. A leitura é que a medida tem adesão apenas de uma ala da oposição ao governo do presidente Lula da Silva (PT).
Fontes consultadas por Marcelo Ribeiro e Raphael Di Cunto, do jornal Valor, avaliam que propostas dessa natureza são politicamente inviáveis e têm ainda menos força em ano eleitoral. Essas matérias devem ficar paradas no Congresso, apostam lideranças partidárias.
Até mesmo entre entusiastas da iniciativa o prognóstico é que não há chances de aprovação pelo Legislativo.
O líder da oposição na Câmara, o deputado Filipe Barros (PL-PR), admitiu que a ofensiva não deve ter êxito, mas pontuou que a movimentação foi importante para que os opositores do governo marcassem posição em relação a esse assunto.
Apenas na Câmara, há quatro textos nesse sentido. Um deles foi apresentado por um grupo de parlamentares alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e propõe o repasse de 50% do fundo para o estado gaúcho.
Já no Senado, uma das proposições sugere a transferência de R$ 2,2 bilhões do fundo eleitoral deste ano para o Rio Grande do Sul. Na semana passada, o senador Ireneu Orth (PP-RS), autor da proposição, pediu o apoio dos colegas. “Nós temos um valor total de R$ 4,9 bilhões, originariamente seriam R$ 2,7 bilhões, mas, como houve emendas na época da elaboração do Orçamento, no ano passado e foram acrescentados R$ 2,2 bilhões. Sugerimos liberar esse valor que foi acrescentado para ser repassado imediatamente para o estado do Rio Grande do Sul, para as pessoas que estão em dificuldades”.
Ainda que a ideia ganhe adesão da opinião pública, presidentes de legendas partidárias explicam que a tendência é que as siglas apoiam o avanço de outras iniciativas já sugeridas pelo Executivo, como a suspensão da dívida do estado com a União e a liberação de recursos para socorrer e reconstruir a região.
O apoio a essas medidas seria a forma encontrada para compensar a resistência aos textos que tratam da destinação de parte dos recursos do fundo eleitoral para a ajuda ao RS.