Envolto em polêmicas desde que tomou posse no atual governo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, teve a filiação ao partido Novo suspensa nesta quinta-feira (31). A decisão, porém, é liminar, ou seja, temporária. O processo que levou ao desligamento corre em sigilo na Comissão de Ética do partido. Em nota, a legenda informou apenas a falta de compatibilidade de Salles com a sigla.
A origem do processo foi uma denúncia do deputado estadual pelo Rio de Janeiro Chico Bulhões. Em agosto, ele avaliou, ao entrar com o processo, que também leva a assinatura de Marcelo Trindade e Ricardo Rangel, que Salles tem “postura inadequada”.
““A postura inadequada e o histórico de constrangimentos causados pelo ministro Salles, que tem gerado dano à imagem e à reputação do Novo, são alguns dos motivos para os pedidos”, escreveu, na época, em seu Twitter.
Embora seja filiado há algum tempo ao partido, Salles já não exercia nenhuma atividade na sigla, nem tinha qualquer cargo dentro do Novo. No ano passado, o atual ministro tentou, sem sucesso, ser eleito deputado federal por São Paulo.
Amoêdo defendeu
Apesar das declarações controversas e das críticas de ambientalistas em meio à crise do desmatamento e o processo de expulsão, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recentemente, recebeu apoio do presidente da sigla, o empresário João Amoêdo.
“O que a gente pode exigir dos filiados é que eles sejam ficha limpa e que paguem a contribuição, que são R$ 30 por mês. Mas a nossa ingerência sobre a atuação dos filiados é limitada, temos 48 mil membros”, disse ao jornal o Estado de S. Paulo o presidente do Novo, João Amoêdo, durante o 5º encontro nacional da legenda, realizado no último domingo (27), em São Paulo.
Salles não participou do evento. Segundo Amoêdo, a pauta do meio ambiente gerenciada pelo ministro não é, necessariamente, a pauta do Novo, mas a do governo Bolsonaro. “A pasta dele, do Meio Ambiente, não tem nenhuma ingerência (nossa), a gente sabe das coisas pelo jornal.”