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Reunião ministerial: Lula estuda triangulação de pastas na reforma — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
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quarta-feira 2 de agosto de 2023 às 17:53h

Reforma ministerial pode ter ‘dança das cadeiras’ com triangulação entre ministros

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A reforma ministerial que vem sendo estudada para agraciar o PP e o Republicanos com espaços no governo Lula pode se dar por meio de uma dança das cadeiras: uma triangulação em que ministros do PT e do PSB mudem de pastas para abrir espaço para o Centrão em ministérios com mais “capilaridade” (leia-se Orçamento).

Nesse desenho, segundo a colunista Vera Magalhães, do O Globo, ministros como Márcio França (Aviação), Esther Dweck (Gestão), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e até o vice-presidente e titular de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Alckmin, aparecem na prancheta como candidatos a mudar de posto, enquanto Silvio Almeida (Direitos Humanos), Cida Gonçalves (Mulheres), Ana Moser (Esporte) e, sim, Wellington Dias, do cobiçado Desenvolvimento Social, continuam ou passam a figurar na lista dos que podem perder o lugar na foto do primeiro escalão.

É consenso em Brasília que quem vai ter de perder cadeiras para abrigar o Centrão, mesmo sem a garantia de um casamento monogâmico das siglas que eram bolsonaristas até ontem, são PT, PSB e até o PC do B, que só tem uma ministra, que seria remanejada.

Márcio França é uma espécie de curinga nesse jogo. Como é o ministro com maior ascendência política sobre o PSB, um partido importante do ponto de vista ideológico e simbólico, por ser um aliado histórico que ficou afastado e voltou a se juntar ao PT e ser a sigla do vice-presidente, não deve perder a vaga na Esplanada, mas pode migrar para a Ciência e Tecnologia ou o Desenvolvimento Econômico, caso Lula seja convencido a pedir para Alckmin ajudar a acomodar o Centrão.

A dificuldade: o vice está adorando o Mdic, se sente em casa tratando de política industrial e negociando com os agentes econômicos. Como Alckmin tem demonstrado um temperamento mais colaborativo que o esperado no melhor dos cenários pelos petistas, existe uma percepção de que, caso Lula peça, ele aceitaria abrir mão da pasta, mas não sem algum desgaste numa relação que até aqui é ótima. Migrar para a Defesa, como se especulou, estaria fora de cogitação, dizem aliados do vice.

E se França for para Ciência (uma pasta com a qual tanto ele quanto o PSB têm familaridade) para onde iria Luciana Santos? Poderia ser realocada para Direitos Humanos ou Mulheres, segundo interlocutores de Lula.

Wellington Dias vive uma situação mais tensa. No seu caso, qualquer mudança de pasta seria uma clara perda de status, dados o Orçamento e a importância estratégica do ministério que cuida do Bolsa Família. E Lula daria a joia da coroa a um partido do Centrão, que até ontem era bolsonarista? Não, nesse caso a mudança seria por insatisfação reiterada, segundo várias testemunhas, com o desempenho do aliado de vida toda. Cogita-se que Esther Dweck poderia assumir o MDS, numa saída mais técnica para dar dinamismo às ações na área social. Nesse caso, a pasta da Gestão poderia também acomodar algum outro ministro desalojado para receber PP e Republicanos.

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