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Da esquerda para a direita: Humberto Costa (PT), Silvio Costa Filho (Republicanos), Margarete Coelho (PP) e Wellington Dias (PT) - Fotos: Agência O Globo/Reprodução
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quinta-feira 27 de julho de 2023 às 07:26h

Reforma ministerial amplia conflitos internos na base e acirra atritos entre adversários regionais

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Segundo Lauriberto Pompeu, do O Globo, o ingresso de partidos do Centrão no primeiro escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva já começa a gerar atritos entre adversários regionais e tem o potencial de ampliar os conflitos internos na base. O Palácio do Planalto vai ter que administrar, por exemplo, o enfrentamento entre o PP e o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social), que e ex-governador do Piauí. Já a entrada do Republicanos na Esplanada vai colocar em evidência o deputado Silvio Costa Filho, que há pouco estava em disputa com o PT de Pernambuco.

Essas disputas se somam às já conhecidas entre o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), bem como do líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O PP é presidido pelo senador Ciro Nogueira, que é rival de Wellington Dias no Piauí. A legenda quer emplacar o deputado André Fufuca (PP-MA) na pasta que hoje é comandada pelo ex-governador petista. O dirigente partidário tem negado participação na articulação para a entrada de filiados do PP ao governo, mas tanto Fufuca, quanto a ex-deputada Margarete Coelho (PP-PI), cotada para presidir a Caixa Econômica Federal, são nomes próximos de Nogueira. Procurado, ele não retornou.

Rompimento

Nogueira era aliado de Dias até 2020, mas o presidente do PP decidiu embarcar na base do ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem foi ministro da Casa Civil, e rompeu com o PT no Piauí. Em 2022, Nogueira patrocinou a candidatura de Silvio Mendes (União), que perdeu para Rafael Fonteles (PT) na disputa pelo governo estadual. Agora, a tendência é que o PT e PP também estejam em lados opostos na maioria das eleições municipais no estado.

Lula já disse publicamente que a pasta de Dias não seria trocada. No entanto, o PP não desistiu. Mesmo dentro do PT há quem reconheça que ele pode sair do cargo, mas cobram que o partido gerencie o Bolsa Família.

— Prefiro aguardar a decisão do presidente Lula. Ele é um líder experiente e sabe que tem meu apoio nas decisões que toma, pelo interesse maior do nosso país — disse Dias.

Já o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), cotado para comandar Esportes, Portos e Aeroportos ou Ciência e Tecnologia, passou parte do primeiro semestre deste ano em uma queda de braço com o senador Humberto Costa (PT-PE) pelo comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no estado. Um acordo só saiu em maio, quando foi decidido que Pernambuco teria duas superintendências, indicadas pelos dois partidos.

Além disso, com a saída do PSB do governo daquele estado, o PT vislumbra ter candidatura própria em 2026, algo que não acontece desde 2006, quando o próprio Humberto Costa concorreu. Já o Republicanos, que avalia lançar Costa Filho ao Senado, está mais próximo do PSB.

O senador do PT admite que houve uma disputa com o Republicanos, mas nega qualquer conflito eleitoral. Da mesma forma, Silvio Costa Filho declarou que tem uma boa relação com o petista.

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