A Acelen, empresa do Mubadala Capital que assumiu a gestão da Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, não vai reduzir o preço da gasolina, conforme informou o Poder 360. A informação foi dada pelo Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do Estado da Bahia (Sindicombustíveis Bahia) na última quarta-feira (15).
— A Petrobras reduziu em 3,13% o preço da gasolina em suas refinarias. Por isso, havia a expectativa sobre Mataripe, a primeira refinaria vendida pela estatal com base no Termo de Cessação de Compromisso (TCC) assinado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2019. A planta foi comprada por US$ 1,8 bilhão.
— “A redução anunciada pela Petrobras só será praticada nas refinarias que ainda estão sob sua gestão. Como a refinaria baiana foi privatizada, não mais pertencendo à estatal federal, a política de preço da Refinaria Mataripe será independente, uma das consequências da privatização da RLAM”, disse o Sindicombustíveis Bahia, em nota.
— A venda das refinarias da Petrobras é apontada como uma possível solução para gerar concorrência no mercado de combustíveis e, assim, reduzir os preços. Contudo, houve questionamentos sobre a possibilidade de o processo gerar monopólios regionais, inviabilizando a concorrência.
— Além da RLAM, a Petrobras já anunciou a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus (AM), para a Ream Participações, da Atem’s Distribuidora de Petróleo, por US$ 189,5 milhões; e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul (PR), para a Forbes & Manhattan Resources Inc. (F&M Resources), por US$ 33 milhões.
— Por outro lado, a Petrobras interrompeu o processo de venda de três outras refinarias incluídas no TCC: Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul; e Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. Segundo a companhia, a venda das duas unidades da região Sul deve ficar para depois das eleições de 2022.
— Fecham o pacote de refinarias à venda pela Petrobras a Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, e a Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor) no Ceará. As duas unidades estão com seus processos em andamento.
A Refinaria de Mataripe também está há 15 dias sem fornecer bunker por meio do Terminal Madre de Deus, principal ponto de escoamento da produção, informa o Poder 360. A Acelen diz que o fornecimento a navios não estava no contrato, mas pretende começar a atender os pedidos.
— Segundo o Sindicato das Agências de Navegação do Estado da Bahia (Sindinave), cerca de 200 navios acessam o terminal aquaviário mensalmente. A maior parte para cabotagem.