sexta-feira 22 de novembro de 2024
Foto: Reprodução
Home / Mundo / MUNDO / Recuperação do PIB chinês deve reforçar exportações brasileiras
quinta-feira 16 de julho de 2020 às 09:45h

Recuperação do PIB chinês deve reforçar exportações brasileiras

MUNDO, NOTÍCIAS


O aumento de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) da China no segundo trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período do ano anterior, divulgado na noite desta quarta-feira, 15, deve ampliar a vantagem do Brasil na balança comercial com o país asiático. Para analistas, a recuperação ante a queda de 6,8% das atividades econômicas nos três primeiros meses do ano reforçará as exportações brasileiras, que neste ano já apresentam resultados melhores do que no ano passado.

A China é o principal parceiro comercial brasileiro e foi destino de 28,1% das exportações em 2019, segundo dados do Ministério da Economia. O país asiático foi responsável pela compra de US$ 65,389 bilhões de produtos do Brasil no último ano, principalmente soja, minério de ferro e proteína animal. Em contrapartida, os chineses venderam US$ 35,881 bilhões ao país.

Segundo a diretora-executiva do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), Claudia Trevisan, mesmo com o recuo histórico do PIB chinês nos três primeiros meses deste ano, e a consequente crise econômica mundial causada pelo novo coronavírus, as exportações brasileiras cresceram 14,6% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019.

“A tendência é manter esse crescimento ao longo do ano, principalmente se a economia chinesa continuar se recuperando”, afirma. A alta, segundo a entidade, foi puxada pelo aumento de 165% das exportações de carne bovina e 167% de carne suína após uma crise sanitária que forçou a redução da produção de proteína animal no país asiático no ano passado. Além disso, a soja teve aumento de 31% e o minério de ferro cresceu 27% no último semestre. “A China tem uma política de crescimento pautada no investimento em infraestrutura, com muito uso do aço. Então a previsão é que a venda do minério de ferro também cresça nos próximos meses.”

Homem descobre como acabar com ronco usando um pequeno dispositivo (assuntosdodia.com)
Para o professor de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e especialista em China, Roberto Dumas Damas, o agronegócio brasileiro será o maior beneficiado pela retomada da economia do país asiático. Além da falta de uma produção local de proteína animal, o professor aponta o aumento do poder aquisitivo das famílias chinesas como propulsor deste crescimento ante queda das atividades econômicas em outros parceiros comerciais do Brasil.

“Com essa recessão nos Estados Unidos e União Europeia, mais de 70% do nosso agronegócio esta indo para a China”. Ele cita ainda outras questões internacionais como ponto positivo ao Brasil. “A recente rusga com a Austrália, que vendia proteína animal para os chineses, também tende a beneficiar os produtores brasileiros.”

O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a China cresça 1% neste ano, e 8,2% em 2021, quando os efeitos da crise já terem sido majoritariamente superados. Pedro Brites, professor de relações internacionais na Fundação Getulio Vargas (FGV), chama a atenção para o fato da China já mostrar sinais de recuperação dos reflexos da Covid-19 no momento que outras economias ainda se esforçam para combater o vírus. “Na medida que outros países têm uma recuperação mais lenta, a China está vai estar à frente, e é possível que ela se torne ainda mais preponderante na balança comercial brasileira”, afirma.

Veja também

Bolsonaro pode ser preso após indiciamento? Entenda os próximos passos do processo

Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21) pelos crimes de abolição …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!