Novo ministro da Educação, o cearense Camilo Santana (PT) colocou segundo a coluna Satélite, do jornal Correio, o governador Jerônimo Rodrigues (PT), em um problema ao anunciar o reajuste de 14,94% no piso salarial dos professores, cujo valor passará de R$ 3.845 para R$ 4.405 a partir de fevereiro – acréscimo de R$ 575 mensais. Fruto de uma lei sancionada pelo presidente Lula em 2008, durante a segunda gestão do petista, o dispositivo que instituiu o salário-base a ser pago para profissionais do magistério por estados e municípios vem sendo sistematicamente descumprido pelo governo da Bahia. Auditoria realizada em 2021 pelo Tribunal de Contas do Estado apontou que quase metade dos professores da rede estadual receberam remuneração inicial abaixo do piso .
Do total de 35.819 profissionais ativos à época, 16.479 (46%) tiveram vencimentos de base menores que R$ 2.886,24, valor estabelecido naquele ano pelo MEC para quem cumpre jornada de 40 horas semanais.
O parecer do TCE sobre o pagamento do piso nacional do magistério no estado cria ainda conforme o colunista Jairo Costa Junior, mais embaraços para o governador ante o reajuste anunciado pelo chefe do MEC. De acordo com o tribunal, a defasagem salarial dos professores baianos cresceu significativamente desde 2019, ano em que 13.393 profissionais não receberam o valor integral. Em 2020, o número pulou para 16.083 e subiu novamente em 2021. Para completar, o salto citado pela corte de contas ocorreu durante o período em que Jerônimo Rodrigues comandou a Secretaria Estadual da Educação no segundo governo de Rui Costa (PT).