Uma intervenção feita pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, nas eleições de Balneário Camboriú (SC), onde Jair Renan, filho Zero Quatro do ex-presidente, concorrerá uma vaga a vereador, resultou em um racha entre os políticos de direita do município. Lideranças importantes ligadas à legenda se irritaram com o fato terem sido obrigadas a abrir mão de disputar as eleições em troca de apoio a nomes escolhidos pelos dirigentes do PL.
O exemplo mais marcante é o do deputado estadual Carlos Humberto (PL-SC). Líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado, o parlamentar pretendia concorrer ao cargo de prefeito, mas foi pressionado a ceder seu espaço ao empresário Peeter Grando, o candidato da sigla à prefeitura de Balneário Camboriú – município que já é controlado pelo partido há quase 8 anos.
“Na minha cidade não acredito no projeto do PL. Não caminho com meu partido em Balneário Camboriú. Sou de direita, mas posso garantir que a direita não está representada pelo PL”, afirmou Carlos Humberto. Outro complicador para os conservadores da cidade é o fato de haver candidatos de perfil parecido em lados opostos, embora façam parte do mesmo espectro político e da mesma base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A campanha de 04
É nesse cenário de discórdia que Jair Renan vai tentar conquistar uma vaga de vereador. Nesta semana, o filho Zero Quatro do ex-presidente realizou um evento num hotel da cidade para lançar sua candidatura. A cerimônia contou com a participação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Alvo de uma investigação da Polícia Civil do Distrito Federal e indiciado por falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro, Jair Renan já vinha realizando atos durante a pré-campanha. Apesar do sobrenome famoso, lideranças do PL municipal relatam que há pouca expectativa em torno da candidatura do filho do ex-presidente. Uma das explicações é exatamente a cisão entre os candidatos que representam a direita.