Em conversa com apoiadores nesta quinta-feira (22) o presidente Jair Bolsonaro sugeriu critérios que os eleitores devem levar em consideração na hora de definir em quem vão votar nas eleições 2020. Para Bolsonaro, a população deve analisar, além do partido, se o candidato adotou medidas de restrição no combate ao novo coronavírus ou até se apoia o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
“Quer eleger um cara? Veja o que ele fez durante a pandemia, o prefeito, vê se você concorda com as medidas que ele tomou, obrigando fechar tudo, falando grosso, prendendo mulher em praça pública, fechando praias”, disse na saída do Palácio da Alvorada. “Candidatos agora têm que ser questionados sobre isso porque esse vírus vai durar por muito tempo. O cara assume em janeiro você tem saber agora a posição dele.”
Medidas restritivas foram adotadas em vários países e foram recomendadas por autoridades sanitárias mundiais e locais.
Para o presidente, a “triagem” dos candidatos também depende do partido que representam. “Vocês têm que ver o partido que o cara está, tem esses partidos que pregam destruição de lares e ideologia de gênero.” Bolsonaro reafirmou estar sem partido e que isso o livra da “pressão” para apoiar candidaturas. Ele voltou a criticar ainda o uso do seu nome para atrair votos nas eleições.
MST
O apoio ao MST também deve ser um critério de escolha do voto, segundo o presidente. Na conversa com os apoiadores, Bolsonaro orientou um candidato a vereador a não se associar com quem defende a causa do movimento.
Ele comentou o uso da Força Nacional para ocupação em assentamentos rurais no sul Bahia. “Mandamos a guarda nacional para lá, governador questionou a Justiça e a Justiça determinou que a Força Nacional saísse de lá”, disse a uma apoiadora.
Em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu proibir o uso da Força Nacional de Segurança Pública em assentamentos agrários na Bahia sem o aval do governo do Estado. “Se eu fosse governador ou prefeito eu pediria que a Força Nacional estivesse na minha cidade o dia todo ou no meu Estado”, concluiu conforme publicou a coluna Estadão.