O ex-secretário da Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo presta depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (14).
Ele prestará esclarecimentos sobre a crise do oxigênio em Manaus, a pressão do governo federal para a distribuição de cloroquina no estado e o escândalo de corrupção envolvendo o Hospital de Campanha Nilton Lins.
Saiba tudo sobre Marcellus Campêlo:
Carreira
Marcellus Campêlo formou-se em engenharia civil pelo Instituto de Tecnologia do Amazonas em 1992. Ao longo da carreira, especializou-se na área de saneamento básico.
Ele ocupou seu primeiro cargo público em 2000, quando começou a atuar como assessor na Secretaria Municipal de Administração de Manaus. Mais tarde, foi nomeado para a diretoria administrativa do órgão.
Em 2010, Campêlo passou a presidir a Comissão de Licitação da Secretaria Municipal de Infraestrutura.
Por duas oportunidades, o engenheiro comandou a Secretaria Executiva da Secretaria de Obras do Amazonas, entre 2015 e 2017 e entre 2019 e 2020.
Com o surgimento da pandemia, Campêlo passou a integrar o comitê de crise do governo Wilson Lima. Logo em seguida, foi para a Secretaria Executiva da Secretaria de Saúde. Com a exoneração de Simone Papaiz, o engenheiro passou a comandar a pasta.
Escândalos de Corrupção
Em junho de 2020, a PF deflagrou a 1ª fase da Operação Sangria, com objetivo de investigar fraude e desvio de verba pública na compra de respiradores por meio de uma importadora de vinhos.
Oito pessoas foram presas. Segundo o MP, a então secretária de Saúde, Simone Papaiz, teria superfaturado o contrato. Ela acabou sendo exonerada.
Ao longo do ano, a apuração avançou e outras fases foram deflagradas. Até que, em junho de 2021, um desdobramento da Sangria prendeu o próprio Campêlo. A nova investigação mira irregularidades no contrato de locação do Hospital de Campanha Nilton Lins, por R$ 23 milhões.
Campêlo é investigado pelos crimes de organização criminosa, fraude licitatória e desvio de recursos públicos.
Colapso do sistema de saúde em Manaus
Marcellus Campêlo era o secretário de Saúde do Amazonas quando da crise de desabastecimento de oxigênio na capital, em janeiro de 2021. Diante do aumento desenfreado no número de casos e de internações, os estoques da substância zeraram.
A CPI da Covid, que conta com dois senadores amazonenses, Eduardo Braga (MDB) e o presidente Omar Aziz (PSD), questionará o ex-secretário sobre o episódio, para entender como foram os contatos com o governo federal.
A crise do oxigênio em Manaus foi abordada exaustivamente nos depoimentos de Eduardo Pazuello, Elcio Franco e Mayra Pinheiro, e está na base da criação da CPI.
Histórico:
1970 – Nasce Marcellus Campêlo.
1992 – Forma-se em engenharia civil pelo Instituto de Tecnologia do Amazonas.
2000 – Campêlo passa a atuar na Secretaria Municipal de Administração de Manaus.
2010 – Preside a Comissão de Licitação da Secretaria Municipal de Infraestrutura.
2015 – O engenheiro comanda, por dois anos, Secretaria de Infraestrutura de Manaus.
2019 – Campêlo assume o cargo mais uma vez.
2020 – O engenheiro passa a integrar o Comitê de Crise para o enfrentamento à Covid no estado do Amazonas. Na sequência, assumiu a Secretaria Executiva da pasta.
A Operação Sangria apura superfaturamento na compra de respiradores em meio à pandemia. Então secretária de Saúde, Simone Papaiz é exonerada e Campêlo assume de forma interina. Meses depois, é efetivado.
2021 – sistema de saúde de Manaus entra em colapso e pacientes morrem asfixiados. Campêlo é preso em um desdobramento da Operação Sangria, mas solto dias depois. O secretário é convocado para depor na CPI da Covid no Senado.