Nesta manhã de sexta-feira (14), o presidente Emmanuel Macron passou as tropas em revista, descendo do Arco do Triunfo até a Praça da Concórdia a bordo de um veículo militar, ao lado de oficiais e escoltado pela Guarda Republicana.
O desfile foi aberto às 10h30 em Paris (5h30 pelo horário de Brasília) com os aviões da esquadrilha da fumaça francesa, que sobrevoou a Champs-Elysées com as cores vermelho, azul e branco. A esquadrilha celebra o seu 70º aniversário e sua passagem é um dos pontos altos das comemorações. Ela foi acompanhada pelo sobrevoo de aviões de guerra Rafales, o mesmo modelo encomendado pela Índia.
Ao todo, o desfile contou com 6.500 participantes, incluindo 5.100 a pé, 66 aviões, entre eles aeronaves estrangeiras, 28 helicópteros, 157 veículos e 62 motocicletas, além de 200 cavalos da Guarda Republicana.
O tema do desfile foi a “força moral” da França e representa a capacidade psicológica do país de enfrentar e superar as adversidades com coragem, solidariedade, disciplina e disposição de fazer sacrifícios pelo bem comum.
Índia convidada de honra
A Índia foi a convidada de honra do tradicional desfile militar deste ano e participou com 240 soldados. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, assistiu à tradicional parada na avenida Champs-Elysées, ao lado do presidente Emmanuel Macron, que lhe concedeu a Grã-Cruz da Legião de Honra, a mais alta condecoração francesa.
“Esta condecoração saúda o papel do primeiro-ministro na excelente relação de amizade e confiança que une a França e a Índia”, afirmou a presidência francesa. Paris e Nova Déli tem uma parceria estratégica de 25 anos.
O premiê indiano deverá confirmar a compra de 26 Rafales e três submarinos Scorpène. Macron e Modi deverão fazer uma declaração conjunta sobre o negócio no fim da tarde, no Palácio do Eliseu, antes de um jantar oficial no Museu do Louvre.
Quinze países estavam representados no desfile. Entre eles, aliados da Otan (helicópteros italianos, aviões britânicos e belgas). A Ucrânia também foi lembrada com a apresentação dos equipamentos que a França envia para o campo de batalha: canhões móveis Caesar e tanques AMX10.
Um pelotão inicial destacou uma dúzia de países que ajudaram a França durante uma década de engajamento militar no Sahel, como o Canadá e países europeus. Outro destaque foi a presença no desfile de seis escolas secundárias militares africanas parceiras da França (Benin, Congo, Gabão, Madagascar, Costa do Marfim, Senegal).
Nesta noite, como de costume, haverá um show de fogos de artifício na Torre Eiffel, precedido por um grande concerto clássico no Campo de Marte com o tema da fraternidade.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também cancelou o discurso que faria neste 14 de Julho – uma data estabelecida pelo chefe de Estado para um balanço do prazo de 100 dias após a aprovação de sua controversa reforma da Previdência. O presidente deve se pronunciar em breve, em um discurso no qual a imprensa prevê que Macron anuncie uma reforma ministerial.
Segurança excepcional
O governo francês mobilizou, desde a noite de quinta-feira (13) até a noite de sábado (15) cerca de 130 mil policiais civis e militares, unidades de elite e veículos blindados, para garantir a segurança após os protestos pela morte do adolescente em Nanterre, em 27 de junho.
A noite foi “relativamente calma”, segundo o Ministério do Interior, que divulgou um relatório provisório de 218 veículos queimados, contra 326 em 2022, o que representa uma “queda de 33%”. Um total de 97 pessoas foram presas e 3 policiais feridos, em comparação com 34 no ano passado.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, comemorou a diminuição dos incidentes divulgada no primeiro balanço. Em uma mensagem publicada no Twitter, ele elogiou o “compromisso” da polícia.
As autoridades também identificaram “23 usos de fogos de artifício contra a polícia”. No ano passado foram 180. Um total de “2.313 morteiros” de fogos de artifício foram apreendidos durante a noite e 19 pessoas foram detidas.