O advogado Cristiano Zanin, que toma posse nesta quinta-feira como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), poderá ficar no cargo por 27 anos, até 2050. Zanin, aos 47 anos, foi segundo Daniel Gullino, do O Globo, um dos mais jovens indicados para o posto desde a redemocratização. Pela regra atual, os ministros são obrigados a se aposentar aos 75 anos.
O mais jovem indicado desde 1985 foi Dias Toffoli, escolhido no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 41 anos. Celso de Mello e Marco Aurélio Mello foram indicados com 43 anos, enquanto Gilmar Mendes tinha 46 anos.
A indicação de ministros jovens não é novidade, mas era mais rara no passado. Ao mesmo tempo em que escolheu Toffoli, por exemplo, Lula também indicou ministros com mais de 60 anos, como Eros Graus (63) e Menezes Direito (64, que morreu dois anos depois).
Da mesma forma, José Sarney indicou Celso de Mello, mas também Carlos Madeira, com 65 anos — o mais velho desde 1985.
Nos últimos anos, no entanto, aumentou a opção por quadros jovens, que poderão ficar no cargo por mais tempo. Até 2015, a média de idade dos escolhidos era de 55.
Naquele ano, o Congresso aumentou de 70 para 75 anos a idade para a aposentadoria compulsória. De lá para cá, todos os indicados tinham menos que 50, baixando a média geral para 54.
A escolha de ministros mais jovens tem como pano de fundo a intenção de manter a influência sobre a Corte por um período maior. Tanto Alexandre de Moraes, escolhido por Michel Temer, quanto Nunes Marques e André Mendonça, indicados por Jair Bolsonaro, tinham 48 anos quando vestiram a toga, podendo ficar no cargo por quase três décadas.