O colunista do portal Uol, José Roberto de Toledo destacou, durante o programa Análise da Notícia, o ranking dos ministros mais procurados no Google.
Flávio Dino, da Justiça, foi o ministro mais buscado nos primeiros seis meses de governo Lula, com 22% de todas as buscas por ministros no período.
Em segundo lugar, ficou Fernando Haddad, da Fazenda, com 17%. Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, ocupa a terceira posição, com 11%.
E daí?
Se o Google é o confessionário da internet, onde as pessoas vão tirar suas dúvidas e matar sua curiosidade, o Google Trends é a ferramenta que permite comparar todas as buscas.
Destaques no Google Trends são aqueles que despertam mais interesse do público. Para políticos, é indicador de popularidade — e uma medida para planejar suas aspirações e candidaturas. Apesar de o governo ter 37 ministros, a curiosidade do público está muito concentrada em poucos nomes.O trio líder soma metade de todas as buscas por ministros. Os três primeiros colocados são tão buscados quanto todos os outros 34 ministros juntos:
Dino liderou o ranking de ministros no Google Trends até maio. Ele saiu em vantagem pelo papel na reação à tentativa de golpe de 8 de janeiro. Logo em seguida, consolidou sua popularidade digital com uma bem sucedida participação em sabatinas no Congresso, ridicularizando expoentes da oposição.
Sem conseguir derrotar o ministro no debate ao vivo, a oposição começou a tentar desacreditá-lo lançando boatos nas redes. Entre as buscas que mais cresceram está “Dino + cloroquina”, a respeito de um vídeo enganador, que dá a entender que ele apoia o uso da droga no tratamento contra a covid.
Haddad passou à frente, a partir de junho, pegando carona na votação do arcabouço fiscal pelo Congresso e na melhora dos indicadores econômicos. Ele também lidera as buscas por ministros no estado de São Paulo no acumulado do primeiro semestre.
Em terceiro lugar aparece Alckmin, com 11%, seguido de Simone Tebet (8%) e Marina Silva (6%), que aparecem no ranking em 4º e 5º lugares, respectivamente. A popularidade das ministras ainda é consequência de terem disputado eleições presidenciais: Simone em 2022, Marina em 2010, 2014 e 2018.
A maior novidade do ranking é o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Sem nunca ter vencido uma eleição, ele aparece em 6º lugar, com 4% das buscas. As pesquisas associadas a seu nome mostram a repercussão de seus discursos, o bom desempenho em sabatinas no Congresso e na difusão do conceito de racismo estrutural. Despertou mais interesse do que políticos experientes como o ministro da Educação, Camilo Santana.
Vale destaque
Pelo ranking do Google Trends, Dino surge como potencial presidenciável para a sucessão de Lula se o candidato governista não for do PT (ele está filiado ao PSB), enquanto Haddad é o nome mais forte do PT.
Com 11% na popularidade de buscas, Alckmin tem chances, mas precisará aparecer mais para se cacifar. E fazer isso sem melindrar Lula, já que é também vice-presidente.