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sábado 26 de agosto de 2023 às 14:18h

Qual o destino dos combatentes do Grupo Wagner em Belarus?

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Depois da alegada morte de Yevgeny Prigozhin, futuro dos soldados mercenários russos exilados após motim contra Moscou é incerto. Especialistas apresentam diferentes cenários.Em que circunstâncias os líderes do grupo mercenário russo Wagner, Yevgeny Prigozhin e Dmitry Utkin, supostamente morreram em um acidente de avião? Dois dias depois, os motivos da queda da aeronave em que eles estavam ainda não foram esclarecidos. As informações são do portal, DW.

Embora Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, tenha refutado nesta sexta-feira (25/08) qualquer especulação sobre uma ordem do Kremlin, poucos acreditam que a queda do avião que matou 10 pessoas tenha sido um mero acidente. Tão misterioso quanto as circunstâncias é o destino dos soldados mercenários, incluindo os que estão em Belarus.

Para Minsk, aliado próximo de Moscou, a questão agora é o que fazer com os combatentes exilados no país após o motim fracassado contra a liderança do exército russo no final de junho.

Cerca de 4 mil a 5 mil soldados armados, notórios pelo estilo brutal de fazer guerra, foram enviados a Belarus com status de “instrutores”. A questão sobre o que ocorrerá com eles não é unanimidade entre especialistas.

Uma pequena parte poderia ficar em Belarus…

Para o historiador na área de Europa Oriental da Universidade de Düsseldorf, Alexander Friedman, a trajetória do exército privado de Prigozhin chegou ao fim.

“No entanto, os combatentes do Wagner devem permanecer na África ou em Belarus”, destacou. Para ele, o grupo continua “talvez com o mesmo nome. Mas se reportará ao Ministério da Defesa russo”.

“O governante de Belarus, Alexander Lukashenko, poderia manter alguns dos combatentes e integrá-los às suas estruturas de poder”, diz Friedman.

“Ele teria dinheiro suficiente para até 3 mil combatentes, mas Moscou tem a palavra final.”

Uma retirada completa das tropas do Wagner de Belarus não é do interesse da Rússia. Isso levaria a uma desescalada nas fronteiras com a Polônia e a Lituânia, onde os mercenários Wagner estão estacionados e são vistos como uma ameaça nos países vizinhos membros da União Europeia (UE). Friedman acredita que grande parte das tropas do Wagner será enviada para a Rússia ou para a África.

Aleksander Klaskovsky, analista do projeto de mídia independente belarrusso Posirk, vê a situação de forma diferente. Para ele, Lukashenko não tem interesse que os membros do Wagner permaneçam em Belarus.

Os mercenários não têm liderança, e o destino do grupo como uma forte unidade de combate com ambições políticas está em aberto. Tanto o presidente da Rússia, Vladimir Putin, quanto Lukashenko estão interessados ​​no enfraquecimento do Grupo Wagner.

Também porque a UE e a Otan poderiam fechar a fronteira com Belarus. O fato de as relações com os países europeus vizinhos terem deteriorado dramaticamente é “desfavorável” para Lukashenko, segundo Klaskovsky. O governante belarrusso tentará, portanto, livrar-se do Wagner.

“Nada de bom espera pelo Wagner”, prevê Valeriy Sakhashchik, partidário da exilada política da oposição belarussa e ex-candidata presidencial Svetlana Tikhanovskaya.

Ele também acredita que alguns dos mercenários poderiam permanecer em Belarus, “porque a Rússia tem interesse em provocações na fronteira da UE e em atos de sabotagem na Ucrânia”. No entanto, a questão financeira seria provavelmente a mais importante.

O “exílio” para Belarus foi apenas uma solução temporária para “o problema Wagner da liderança russa”, segundo Grigory Nizhnikov, do Instituto Finlandês de Relações Internacionais.

“Não existe um objetivo tático nem estratégico para mantê-los em Belarus”, destaca.

“Lukashenko não tem como liderar as tropas no lugar de Prigozhin e não está se esforçando para fazê-lo”, disse Nizhnikov. Seu prognóstico: a equipe Wagner deixará Belarus até o final do ano.

Aleksander Klaskovsky também está convencido disso: “Essas pessoas já se opuseram a Putin antes. Ele não confia nelas”. Portanto, quase certamente estariam divididos: “alguns regressam à vida civil, outros vão para África”, afirma.

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