Acuado por uma avassaladora invasão russa, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu negociações ao Kremlin em dois pronunciamentos diferentes nesta sexta-feira (25). Em um deles, o líder ucraniano afirmou que seu país pode adotar um “status neutro” — o que, na prática, significaria o abandono da ambição de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos.
Após inicialmente negar, declarando por meio de seu chanceler que Zelensky “mentia” e que a diplomacia só teria lugar após uma rendição, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que Vladimir Putin está disposto a enviar uma delegação para Minsk, capital de sua aliada Bielorrússia, para negociações.
— Vladimir Putin está disposto a enviar uma delegação russa de alto nível para Minsk para negociações com uma delegação ucraniana — disse Peskov a agências russas de notícias.
O primeiro apelo de Zelesnky foi feito em um discurso na televisão logo após a meia-noite de quinta-feira em Kiev — poucas horas antes, portanto, do começo do ataque à capital, desencadeado às 4h locais desta sexta—, no qual o líder ucraniano disse estar disposto a negociar sobre qualquer assunto:
— Não temos medo de falar sobre nada. Sobre garantias de segurança para nosso país. Não temos medo de falar sobre o status neutro, e não estamos na Otan no momento — afirmou, antes de ressaltar que essa condição tornaria seu país vulnerável a futuras agressões. — Mas que garantias e, mais importante, quais países específicos nos dariam [garantias]?