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domingo 15 de outubro de 2023 às 08:04h

Putin: contraofensiva ucraniana está “totalmente fracassada”

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Para líder russo, atual conflito no Oriente Médio fornece cortina de fumaça conveniente às ações de seu exército na Ucrânia. Avanço em torno de Avdiivka, no leste, pode significar remarcação da frente de invasão. Enquanto os olhos do mundo se fixam no conflito do Oriente Médio, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou neste domingo (15) avanços de seu exército no front da Ucrânia, sobretudo em torno da cidade de Avdiivka, na região leste de Donetsk.

“Nossas tropas melhoram sua posição em quase todo esse espaço, um espaço bastante vasto”, comentou, em entrevista à TV nacional, elogiando a opção por uma estratégia de “defesa ativa”. “Isso concerne as zonas de Kupiansk, Zaporíja e Avdiivka.”

Avdiivka fica menos de 15 quilômetros ao norte de Donetsk, a capital, sob poder russo, da região homônima cuja anexação Putin declarou unilateralmente em 2022. Avdiivka caiu brevemente sob controle de separatistas russos, apoiados e armados por Moscou, em julho de 2014, mas foi retomada por Kiev. Desde então, ela marca a linha de frente do conflito, tendo sido bombardeada com frequência, antes mesmo da invasão da Ucrânia pelos russos, em 24 de fevereiro de 2022.

No sábado o prefeito de Avdiivka, o ucraniano Vitali Barabach, declarou que a situação estava “muito tensa”, com os russos mobilizando cada vez mais tropas para cercar a cidade. Isso apesar de o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, ter assegurado na véspera que seu exército se mantinha “firme” na área, resistindo ao assalto pelos soldados inimigos.

O mandatário registrou ainda que cerca de 1.600 civis permanecem em Avdiivka, e que evacuações são difíceis, devido aos bombardeios constantes. Antes da ofensiva russa, a cidade contava 30 mil habitantes.

A atual ofensiva contra Avdiivka transcorre quatro meses após o início da contraofensiva ucraniana, longamente anunciada e cercada de esperanças. No entanto até agora o exército de Kiev só conseguiu recuperar algumas localidades das mãos do invasor.

Putin aproveitou a entrevista televisiva para afirmar que a contraofensiva havia “fracassado completamente” e antecipar: “Sabemos que em algumas zonas de combate a parte contrária prepara novas operações ofensivas. Nós estamos vendo, sabemos e reagimos consequentemente.”

Rússia: dubiedade para com Israel e cortina de fumaça

O fato de, desde os ataques terroristas do grupo palestino Hamas contra Israel, em 7 de outubro, as atenções do mundo, em especial das potências ocidentais, estarem concentradas no Oriente Médio, sem dúvida beneficia Putin e seu partido de guerra.

Por um lado, o Kremlin tem evitado tomar partido por israelenses ou palestinos. “Tradicionalmente, a Rússia cultiva boas relações diplomáticas com ambos os lados, ao mesmo tempo em que mantém uma certa distância”, explicou à DW o especialista em Oriente Médio Ruslan Suleymanov. “Essas relações são, em parte, até mesmo de confiança, mesmo depois de a Rússia ter atacado a Ucrânia e a relação com Israel deteriorar, até certo ponto.”

A citada deterioração deveu-se, em grande parte, a comentários do ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, em maio de 2022: referindo-se a Zelenski, de origem judaica, ele afirmou que os “antissemitas mais ferrenhos” seriam, via de regra, os próprios judeus.

Jair Lapid, então ministro do Exterior israelense, condenou na época as palavras de seu homólogo, classificando-as como “declaração imperdoável e ultrajante e um terrível erro histórico”. “No entanto, desde então nada de irreparável aconteceu”, comenta Suleymanov.

Na prática, Putin e seus apoiadores reproduzem agora em relação a Israel e os palestinos a narrativa cansada que aplicam em relação à guerra na Ucrânia: “o Ocidente”, acima de tudo os Estados Unidos, seria culpado pela ofensiva do Hamas.

Na opinião de Suleymanov, no fim das contas o Kremlin lucra com a escalada de violência no Oriente Médio, já que “o ataque pelo menos desvia as atenções do que o Exército russo está fazendo na Ucrânia”. Tudo mais é propaganda para consumo interno russo – embora para a maior parte da população seja indiferente ao conflito no Oriente Médio seja distante e complicado demais, ressalvou o orientalista.

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