O PT quer assumir o Ministério dos Direitos Humanos após a demissão de Silvio Almeida, acusado de assediar sexualmente a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e outras mulheres. O secretário nacional de combate ao racismo da sigla, Martvs Chagas, é cotado para o cargo. Ele teve o nome lembrado para ocupar a pasta da Igualdade Racial ainda no governo de transição.
Outra possibilidade discutida nas fileiras petistas segundo a coluna Estadão, é nomear uma mulher. Líderes da sigla afirmam que o ministério sempre defendeu as mesmas bandeiras do PT.
O Ministério dos Direitos Humanos entrou nas negociações da reforma ministerial de 2023. Um desenho cogitado à época era demitir Almeida e empossar a ministra Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), que cederia lugar ao PSB ou a uma sigla do Centrão. O presidente Lula da Silva (PT), porém, limitou as mudanças aos ministérios do Esporte e de Portos e Aeroportos. E outra reforma mais ampla não está no radar.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 prevê a destinação de R$ 475 milhões para a pasta. A cifra é considerada baixa para os padrões da Esplanada, mas supera o montante sugerido para os ministérios da Pesca, das Mulheres, da Igualdade Racial e do Empreendedorismo.
Muito antes de virem à tona as acusações de assédio moral contra Almeida, dirigentes do PT já diziam ser muito provável que ele deixasse a equipe na reforma ministerial, mas não explicavam o motivo. Almeida não é filiado a nenhum partido e entrou no ministério após indicação do Prerrogativas, grupo que reúne advogados simpáticos ao PT.
Nos primeiros governos Lula e na gestão Dilma, o Ministério dos Direitos Humanos sempre rondou a órbita do PT. Filiados como a deputada federal Maria do Rosário (RS), Ideli Salvatti e Pepe Vargas ocuparam a cadeira.