Alas do PT e do PSB, base do presidente Lula (PT) desde o início da campanha, estão tentando evitar a redução dos aliados na composição ministerial à medida que o governo precisa encaixar mais dois partidos do centrão.
O que acontece
Segundo Gabriela Vinhal, Lucas Borges Teixeira e eputados e membros das alas ideologicamente mais próximas a Lula têm reclamado da possível diminuição de cargos para acoplar PP e Republicanos, siglas que faziam parte da ex-base bolsonarista. Eles têm indicado ministros e cargos menos próximos ao presidente sob o apelo de alinhamento ideológico e fidelidade.
Alguns dos cargos que PT e PSB veem margem para reavaliação são ministros “distantes”, como André de Paula (PSD), da Pesca, ou Waldez Góes (PDT), do Desenvolvimento Regional, que foi indicado pelo União Brasil. Também podem entrar na conta cargos de “segundo escalão”. O argumento é que, ao menor sinal de crise, esse apoio de ocasião se perde, enquanto seguir com uma esquerda “robusta” seria mais seguro.
Nas negociações, auxiliares palacianos reforçam que PSD, MDB e União Brasil, todos com três ministérios, seriam intocáveis. A articulação, incluindo o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), tem explicado que não vai mexer em bancadas que têm contribuído positivamente com o governo.
Mantenha os amigos próximos
Se, até a eleição, qualquer vaga para União Brasil, PP e Republicanos era impensável, agora são uma necessidade, mas nenhum aliado quer perder espaço. Membros do PT e do PSB têm reagido para evitar perderem espaço na reorganização ministerial.
A base “à esquerda” ocupa, hoje, 29 dos 37 ministérios: 22 da cota pessoal de Lula ou do PT , 3 do PSB, 1 da Rede, 1 do PSOL, 1 do PDT e 1 PCdoB.
Possível perda de espaço gera lamentação em reuniões da bancada. O assunto tem sido lembrado pelos parlamentares petistas nos encontros da sigla na Câmara desde a discussão da reforma ministerial.