O PT e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), articulam nos bastidores conforme publicou a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, um atalho para tentar acelerar a votação da chamada PEC da Transição.
A proposta de emenda à Constituição abre espaço no Orçamento da União de 2023 para viabilizar o pagamento de benefícios sociais, como o Bolsa Família de R$ 600.
Nas primeiras conversas de Lira com petistas a respeito da pauta, foi discutida a ideia de apensar (anexar) a PEC da Transição à outra proposta sobre tema parecido já em tramitação no Congresso.
A possibilidade, segundo aliados de Lula, agradaria o atual presidente da Câmara, além de ajudar a acelerar a votação da matéria, ao pular algumas fases da tramitação.
Nos bastidores, petistas ressaltam que Lira pode aproveitar o atalho para apensar à PEC da Transição uma outra proposta que o agrada e, assim, garantir o apoio da oposição para aprová-la.
As equipes de Lula e do presidente da Câmara combinaram de buscar sugestões de PECs que já tramitam no Congresso e que poderiam anexar o conteúdo da PEC da Transição.
Cautela
Aliados de Lula dizem que a possibilidade do apensamento é real, mas defendem que a proposição precisa ser estudada com lupa, para evitar aprovação de novos gastos. “Não pode ser uma proposta bomba”, alertou um petista.
Caso o atalho não dê certo, restará a parlamentares petistas apresentarem PEC do zero, o que pode demandar muito tempo para aprovação e promulgação.
Além disso, a PEC da Transição precisa, ainda, ser votada de forma concomitante ao Orçamento, até o próximo dia 17 de dezembro, quando começa o recesso de fim de ano.