O PSOL protocolou nesta sexta-feira (3) uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra Arthur Lira (PP-AL), por conta do episódio da última terça, quando o presidente da Casa ameaçou retirar do plenário o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que questionou se ele não tinha vergonha por propor a privatização da Petrobras e o chamou de ditador. De acordo com a revista Veja, o próprio parlamentar psolista também foi denunciado no colegiado por conta do bate-boca, mas pelo PL, na quarta-feira.
A representação por quebra de decoro parlamentar contra Lira “por práticas incompatíveis com o exercício do mandato parlamentar” aponta que, “ao silenciar o microfone do deputado Glauber Braga, impedir sua fala por vários minutos e insuflar a força policial legislativa para retirar o colega parlamentar do plenário”, ele “claramente maculou a presidência do colegiado, infringindo o Regimento Interno e, mais especificamente, as atribuições do presidente”. O partido pede a instauração do processo disciplinar contra o cacique do centrão e a perda do seu mandato.
“Depreende-se da atitude do Deputado Arthur Lira a prática de abuso das prerrogativas constitucionalmente asseguradas aos representantes do povo, ao fazer uso abusivo e não permitido de sua posição de Presidente da Câmara dos Deputados para intimidar e ameaçar outros parlamentares”, diz um trecho do documento, assinado pelo presidente do PSOL, Juliano Medeiros.
“Não há outra palavra para definir a atitude de Arthur Lira que não seja autoritarismo. O chefe do orçamento secreto não aceita ser confrontado. Nem ele, nem nenhum outro capanga de Bolsonaro vai nos calar. O PSOL não se deixará intimidar”, declarou o dirigente partidário.