O PSB oficializou conforme João Gabriel, da Folha, o nome do ex-governador de São Paulo, Márcio França, como indicação do partido ao Ministério das Cidades no futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O acordo foi selado em um jantar na noite desta quarta-feira (30) na sede da fundação da sigla, em Brasília, com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) junto com a bancada da próxima legislatura.
“A bancada indicou, sim. Hoje [é] o ministério que a gente acha que pode colaborar, pelo perfil, já foi prefeito, governador. É uma indicação do partido e da bancada”, afirmou o futuro líder da sigla na Câmara, Felipe Carreras (PSB-PE).
“O nome de Márcio é unanimidade na nova bancada, e também dentro do partido”, completou.
França foi candidato ao Senado em São Paulo, com apoio da aliança do PT, mas acabou derrotado para o bolsonarista Marcos Pontes (PL). Antes, ele também era cotado para concorrer ao governo paulista, mas a vaga ficou com Fernando Haddad (PT), que também perdeu nas urnas —nesse caso, para o também bolsonarista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Segundo presentes no jantar, Alckmin não afirmou se a nomeação de França estava certa ou não para o Ministério, apenas recebeu a indicação do partido e a aplaudiu, junto com todos os outros à mesa.
Além de futuros deputados da sigla e do ex-governador de São Paulo, também estava presente Rodrigo Rollemberg, que chefiou o Executivo do Distrito Federal entre 2015 e 2018. O cardápio teve comida árabe.
Outro nome do partido que era cotado para assumir um ministério era o de Flávio Dino (PSB-MA), especulado no Ministério da Justiça.
“É um grande quadro, que poderá compor um ministério, assim como outros quadros do partido, mas o nome de Márcio hoje é referendado pela bancada dos deputados que irão assumir e pela direção do partido”, disse Carreras.
“O nome prioritário, se o partido tiver [apenas] um ministério, é o nome de Márcio”, afirmou.
França deve ter a concorrência principalmente de Guilherme Boulos (Psol-SP), eleito deputado federal.
Tanto França como Boulos foram nomeados para atuar no grupo temático da transição que trata do assunto. Na campanha, Lula afirmou que era necessário recriar o Ministério das Cidades para tratar dos “problemas urbanos” do país.
A pasta foi extinta pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). No início de seu mandato, ele fundiu Cidades e Integração Nacional no Ministério do Desenvolvimento Regional.
A definição do petista por Boulos ou França deve ter reflexo na eleição municipal de São Paulo, uma vez que PSOL e PSB têm pré-candidatos ao cargo.
A futura pasta das Cidades é desejada por ter um orçamento bilionário e por ser responsável por obras de moradia, saneamento e transporte.
Boulos acredita que a pasta lhe daria uma vitrine importante para disputar a prefeitura da maior cidade do país em 2024 —e que a nomeação seria positiva porque é um ministério que trata de moradia, área em que sempre militou.
Carreras ainda afirmou que acredita que o apoio à reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pode viabilizar a aprovação da PEC da Transição no Congresso.
“[Ele] tem sim o compromisso de ajudar no processo da PEC”, disse Carreras.