Há no clã Bolsonaro e suas adjacências muito receio quanto ao futuro de Sérgio Moro. E segundo o jornal Estado de SP, isso teria receio de cunho eleitoral: o mais óbvio deles diz respeito a um eventual voo solo do ex-juiz rumo ao Planalto em 2022.
Porém, outro pesadelo do presidente, de acordo com a coluna Estadão, é ver seu ministro na canoa de projetos políticos já em andamento, como o do governador João Doria (PSDB), com quem Moro tem mantido boa proximidade administrativa. “Nossa relação com o ministro está cada vez melhor”, diz o secretário da Administração Penitenciária de SP, coronel Nivaldo Restivo.
O jornal informou neste sábado (25) que desde as negociações para as transferências de líderes do PCC para presídios federais, as áreas da Segurança do Estado e da União têm trabalhado de forma harmoniosa, o que não tem ocorrido em outros setores por causa do distanciamento entre João Doria e Jair Bolsonaro.
Interlocutores de Moro avaliam que ele tenha saído maior do episódio e dão como certo que o assunto está encerrado. Mas quem conhece Bolsonaro e, especialmente, Alberto Fraga, sabe que nem a amizade, nem as intenções de cindir o ministério passaram.
A expectativa de Fraga, segundo pessoas próximas, é esperar para ser inocentado numa segunda denúncia que pesa contra ele no DF. Aí sim, iria com tudo pelo ministério.
Ainda assim, também pesaram na resposta do presidente as entrevistas de Fraga à imprensa, falando de uma suposta inexperiência de Moro e já se portando como ministro. Palacianos contam que o ex-deputado levou puxão de orelha de Bolsonaro.