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Protesto em Atenas acaba em confronto violento entre manifestantes e policiais - Foto: AP - Petros Giannakouris
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quinta-feira 16 de março de 2023 às 20:33h

Protesto em Atenas acaba em confronto violento entre manifestantes e policiais

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Um violento confronto entre policiais e um grupo de manifestantes marcou o grande protesto desta quinta-feira (16) em Atenas. Pelo menos 40 mil gregos voltaram às ruas para expor sua revolta pelo desastre ferroviário que deixou 57 mortos, no dia em que o país está, em grande parte, paralisado por uma greve geral.

Pela segunda vez em duas semanas, uma grande manifestação aconteceu na frente do Parlamento em Atenas nesta quinta, enquanto outros protestos ocorriam pelo país. Apenas na capital, os números oficiais dão conta de 25 mil pessoas nas ruas.

Dessa vez, no entanto, os cartazes de indignação contra as condições das ferrovias e dos serviços públicos das manifestações deram lugar às imagens de fogo e de confronto com a polícia no centro de Atenas.

Um grupo de manifestantes jogou coquetéis molotov contra os policiais, que responderam com gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral. Alguns manifestantes colocaram fogo em latas de lixo e quebraram vitrines.

Seu lucro, nossas vidas

Além do protesto diante do Parlamento, houve manifestação em frente à sede da empresa ferroviária Hellenic Train. “Ou seus lucros, ou nossas vidas”, escreveu um manifestante na frente do prédio, que está sob segurança policial.

“Assassinos!”, gritavam jovens estudantes, como algumas das vítimas do acidente de fevereiro.

Também houve manifestação em Salônica, segunda maior cidade do norte do país, onde mais de 8.000 pessoas participaram de uma marcha.

A onda de indignação toma o país desde que uma colisão frontal entre dois trens que trafegavam na mesma linha férrea provocou a morte de 57 pessoas na noite de 28 de fevereiro.

A Grécia está praticamente paralisada em uma greve geral de 24 horas contra o governo conservador de Kyriakos Mitsotakis.

A maior parte do transporte público em Atenas está paralisado, não há ligação marítima entre o continente e as ilhas do país e a maioria dos voos foi cancelada.

‘Basta’ da geração das crises

Além do desastre ferroviário que abalou o país, os gregos mostram sua frustração com a deterioração dos serviços públicos em um país que passa há anos por uma crise enfrentada com políticas de austeridade fiscal.

Os manifestantes pedem a responsabilização do governo e a renúncia do primeiro-ministro Mitsotakis, no poder desde 2019.

O diário liberal Kathimerini, em seu último editorial, referiu-se ao movimento como a revolta da “geração da falência e da pandemia”.

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