Pesquisa realizada pelas Nações Unidas em 2016, com 100 mil crianças e jovens de 18 países, mostrou que, em média, metade deles sofreu algum tipo de bullying por razões como aparência física, gênero, orientação sexual, etnia ou país de origem. No Brasil, esse percentual é de 43%.
Segundo a Agência Brasil, aproximadamente um em cada dez estudantes é vítima frequente de bullying nas escolas no Brasil.
Preocupada diante destes números, revelados no relatório “Pondo fim à tormenta: combatendo o bullying do jardim de infância ao ciberespaço”, a vereadora Cátia Rodrigues (DEM) apresentou na Câmara de Salvador o Projeto de Lei nº 226/2020. Ela propõe uma campanha permanente, com a veiculação de material publicitário nos veículos de transporte escolar e nas escolas da rede municipal, com intuito de combater o bullying infantil e a pedofilia.
Convênios
O objetivo da campanha, segundo ela, é a conscientização tanto dos estudantes e profissionais envolvidos nesse transporte, como da sociedade em geral.O projeto autoriza o Município a firmar convênios com instituições públicas e privadas para viabilizar a meta, inclusive com fornecimento de material gráfico e de profissionais capacitados na temática.
Cátia Rodrigues esclarece que o bullying caracteriza-se por uma intimidação sistemática, evidenciando ataques físicos, insultos pessoais, comentários negativos frequentes e apelidos pejorativos. Pode ser praticado de forma verbal, moral (difamação, disseminação de rumores), social (ignorar, excluir, etc), psicológica (amedrontar, perseguir, entre outras coisas) e até virtual (mensagens intimidadoras).
“Além da baixa autoestima, as crianças vítimas de bullying também têm problemas de insegurança, pouca capacidade de lidar com frustrações, ansiedade, irritabilidade, falta de autocontrole, comportamento de isolamento e níveis elevados de ansiedade”, justifica a vereadora. O projeto deixa claro que o material gráfico utilizado na parte externa e interna dos veículos não poderá comprometer a segurança, devendo respeitar o Código de Trânsito Brasileiro e demais leis relacionadas ao tema.
Com base nos dados da pesquisa realizada por representação da ONU e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Cátia Rodrigues observa que, no Brasil, 17,5% disseram sofrer alguma das formas de bullying “algumas vezes por mês”; 7,8% disseram ser excluídos pelos colegas; 9,3%, ser alvo de piadas; 4,1%, serem ameaçados; 3,2%, empurrados e agredidos fisicamente. Outros 5,3% disseram que os colegas frequentemente pegam e destroem seus pertences e 7,9% são alvo de rumores maldosos.
Além disso, 9% foram classificados no estudo como vítimas frequentes de bullying, ou seja, estão no topo do indicador de agressões e mais expostos a essa situação.