Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia registrou aumento de 15% da área plantada na semeadura da safra 2021/2022. Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, afirmou que a intenção da produção, que se concentra majoritariamente na região oeste do estado, é “conciliar o meio ambiente com a produção”.
“A região é bastante tecnificada, tem cultivo também tanto de soja quanto de milho. Vemos também que o algodão brasileiro é reconhecido por sua sustentabilidade. Temos certificações pela ABR e pelo BCI e a preocupação do setor de atender todas as normas ambientais e trabalhistas”, comentou.
Apesar do avanço, com a pandemia, o preço do algodão caiu muito e, segundo Bergamaschi, a produção de milho e soja estavam mais atrativos no período. “Nesse ano a safra já retomou. Durante a pandemia, o setor continuou produzindo, sempre seguindo os protocolos. Atuamos junto com a sociedade também, doando respiradores e tecidos. R$ 1,5 milhão doado”, revelou.
“Impactou um pouco nessa safra, os insumos utilizados no cultivo tiveram um aumento grande. Principalmente os defensivos agrícolas e para a próxima safra o impacto é maior ainda. Tem que buscar um ajuste para a próxima safra. Na exportação, produzimos tanto para o mercado interno ou externo. Quem define é o mercado. Na pandemia diminuiu o uso e o câmbio valorizou teve um aumento na exportação. Temos a China e o mercado asiático como grandes compradores”, apontou o presidente sobre as dificuldades financeiras.
Apesar de ter a produção concentrada na região oeste, a região sudoeste da Bahia também registra o cultivo. “Temos tanto na região Oeste que representa 98% como no Sudoeste. A produção necessita de irrigação, o que temos visto é que a produtividade tem crescido três vezes. Apesar disso, o Oeste e o Sudoeste são as áreas procuradas, por conta da necessidade de uma estrutura maior”, disse.
Preservação na produção
Segundo estudo contratado à instituição pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), o Oeste da Bahia é a região que mais preserva o meio ambiente naquele estado. Os 55 mil agricultores inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) somam 7,9 milhões de hectares, sendo 4,1 milhões de hectares destes, preservados.
Juntas, as Reservas Legais, APPs e a vegetação excedente respondem por 52% do cerrado baiano. “Esses produtores só usam 48% dos seus imóveis. A lei os autoriza a usar 80%. Em patrimônio imobilizado, isso representa, por baixo, R$ 11 bilhões dedicados à preservação da vegetação nativa, mantidos às suas custas. Que outra categoria faz isso? Bombeiros, jornalistas, dentistas, médicos, advogados?”, questiona.
Pelos números da Embrapa Territorial, o cerrado da Bahia, dentro do bioma nacional, representa de 7% a 8%. Mato Grosso, 17,6%; Minas Gerais, 16,4%; Goiás, 16,2% e São Paulo, 4%.