Duas ONGs se encarregam do transporte, a partir do Chipre, e distribuição de mantimentos no enclave palestino. Apesar de sucesso da operação, para comunidade internacional a rota humanitária terrestre é imprescindível.A primeira leva de ajuda humanitária à Faixa de Gaza desde o acirramento do conflito entre o grupo palestino Hamas e Israel, em 7 de outubro, já está em terra e sendo preparada a ser distribuída à população, informou neste sábado (16) a ONG espanhola Open Arms, que organizou o transporte.
Em comunicado à agência de notícias AFP, a ONG World Central Kitchen (WCK), responsável pela distribuição, confirmou a informação, sem especificar quando e onde a operação transcorrerá.
As quase 200 toneladas de mantimentos foram transportadas numa barcaça rebocada pelo navio da Open Arms, que partiu terça-feira do porto de Larnaca, no Chipre. A embarcação aportou num cais temporário em Gaza, e seu conteúdo foi descarregado para 12 caminhões.
O Exército israelense declarou nesta sexta-feira ter submetido o navio a uma “verificação de segurança completa”, além de enviar tropas para “proteger” a área da descarga, na costa sudoeste da Cidade de Gaza.
Alemanha inicia lançamento aéreo de ajuda a Gaza
A embarcação foi a primeira a utilizar o corredor marítimo aberto a partir de Chipre, país da União Europeia mais próximo da Faixa de Gaza, face à emergência humanitária e à insuficiência da ajuda que chega por terra. Neste sábado a Aeronáutica da Alemanha também lançou o primeiro lote de mantimentos sobre o território em conflito.
No entanto a comunidade internacional e as ONGs sublinham que o corredor marítimo e os lançamentos aéreos de ajuda não podem substituir as rotas terrestres. O chef hispano-americano José Andrés, fundador da WCK, saudou o sucesso da operação, numa mensagem publicada na rede social X (ex-Twitter): “Conseguimos! […] Foi um teste para aprender. Podemos trazer milhares de toneladas todas as semanas.”
Agora a ONG, que tem os Emirados Árabes Unidos como parceiros, está carregando no porto cipriota um segundo navio, cuja data de partida para Gaza ainda não foi anunciada.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes de 7 de outubro de 2023 pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas no sul de Israel, que causou pelo menos 1.200 mortes, a maioria de civis, e no sequestro de 253 reféns, segundo dados oficiais de Tel Aviv.
Por sua vez, o Ministério da Saúde do Hamas relata que a operação militar israelense de retaliação resultou, até o momento, em quase 31.500 mortos na Faixa de Gaza.